Telegram paga multa de R$1,2 milhão, mas recorre de decisão do STF

A rede social realizou o pagamento da multa aplicada pelo ministro Alexandre de Moraes, mas pede revogação da decisão ou redução do valor
Por William Schendes, editado por Bruno Capozzi 03/02/2023 11h12, atualizada em 05/02/2023 14h14
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O Telegram informou que realizou o pagamento da multa de R$1,2 milhão aplicada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Porém, a rede social disse que irá recorrer da decisão.

O Telegram pediu ao STF que o valor pago fique retido e solicitou que os magistrados façam a análise do recurso que solicita a revogação ou redução da multa.

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Destarte, considerando a possibilidade de lesão de direito de difícil reparação, verossimilhança das alegações e ante a probabilidade de reforma da referida decisão monocrática, o montante ora depositado deverá permanecer em conta judicial até o julgamento do Agravo Regimental

Recurso do Telegram

O recurso da rede social assinado pelos advogados Alan Campos, Elias Thomaz e Filipe Starzynski diz que a multa é “indevida, irregular, nula e desproporcional”. O Telegram também alegou que a autuação “perdeu objeto”, pois Moraes já pediu o desbloqueio da conta do deputado Nikolas Ferreira (PL), que motivou a punição.

Alexandre de Moraes hacker
Ministro do STF, Alexandre de Moraes (Imagem: Rogerio Cavalheiro / Shutterstock)

Entenda o caso

No dia 11 de janeiro, o STF expediu uma decisão que pedia o bloqueio de cinco contas do Telegram: @patriotasb, @nikolasferreira, @monarktalks, @monarkk e @profpaulamarisa. Dessas, apenas a conta do deputado federal não foi bloqueada.

“A rede social Telegram, ao não cumprir a determinação judicial, questiona, de forma direta, a autoridade da decisão judicial tomada no âmbito de inquérito penal, entendendo-se no direito de avaliar sua legalidade e a obrigatoriedade de cumprimento”, diz a decisão.

De acordo com Moraes, o pedido de bloqueio buscava interromper manifestações criminosas, incluindo a divulgação de discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática.

Conforme relatado na decisão, a rede social teria recebido o ofício judicial no dia 13 de janeiro. Com isso, a multa diária de R$ 100 mil somou 12 dias, alcançando o valor de R$ 1,2 milhão de multa.

Imagem destaque: kovop/ Shutterstock

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Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mesmo com alguns assuntos negativos, gosta ficar atualizado e noticiar sobre diferentes temas da tecnologia.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.