Um misterioso satélite pertencente à Rússia se desintegrou em órbita no início janeiro, deixando um rastro de, no mínimo, 85 pedaços potencialmente perigosos de lixo espacial, segundo a Força Espacial norte-americana.

Representação artística do satélite russo Kosmos 2499 antes de explodir no espaço. Imagem: Roscosmos

Resumo:

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  • O satélite russo Kosmos 2499 se desintegrou no espaço;
  • A explosão deixou um rastro de, pelo menos, 85 pedaços de lixo espacial;
  • Devido à longa distância de mais de mil km de altitude, os detritos podem levar séculos para cair na Terra;
  • Não se sabe a causa do incidente nem muitas informações sobre a espaçonave;
  • Para os EUA, o equipamento russo seria de perseguição e rastreamento de satélites norte-americanos;
  • A Roscosmos se defende, alegando ser apenas um instrumento de pesquisa.

De acordo com uma postagem publicada na segunda-feira (6) no Twitter do 18º Esquadrão de Defesa Espacial, o lixo espacial deixado para trás está orbitando a Terra a uma altitude de 1169 km. 

Segundo o site Space.com, provavelmente levará mais de um século para que esses detritos sejam absorvidos pela atmosfera da Terra.

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Não se sabe muito sobre o satélite Kosmos 2499, muito menos o motivo pelo qual ele explodiu.

De acordo com o site RussianSpaceWeb.com, a única informação a respeito é que o satélite “fantasma” foi lançado junto de três satélites de comunicações militares Rodnik em 2013 – a data precisa, no entanto, permanece desconhecida.

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Os EUA inicialmente registraram o equipamento como apenas um “objeto”, mas quando ele começou a se mover de repente, em outubro de 2014, foi classificado como uma “carga útil”.

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Rumores davam conta de que a agência espacial russa, Roscosmos, estava tentando testar secretamente uma espaçonave de perseguição e rastreamento, possivelmente projetada para desarmar ou obscurecer outros satélites.

Em uma conferência de imprensa realizada em dezembro daquele mesmo ano, a Roscosmos se defendeu, alegando que o propósito da espaçonave era apenas para pesquisa.

Lixo espacial é uma preocupação crescente

De qualquer forma, a desintegração do satélite corrobora com o crescente problema de lixo espacial na órbita da Terra.

A Agência Espacial Europeia (ESA) está rastreando mais de 36 mil pedaços de detritos orbitais de responsabilidade humana atualmente flutuando em torno do nosso planeta. Se incluir lixo espacial não rastreável, esse número provavelmente está na casa dos milhões.

E é uma questão muito perigosa para os astronautas – as caminhadas espaciais, por exemplo, estão se tornando cada vez mais arriscadas por conta disso. Além disso, observa-se um aumento nos incidentes envolvendo a queda de lixo espacial danificando propriedades, com ameaça até à integridade física das pessoas.

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