NASA encontra pistas surpreendentes do passado úmido de Marte

Entre outras descobertas feitas pelo rover Curiosity, rochas de textura ondulada sugerem que existiam lagos em uma região de Marte que se esperava ser mais seca
Flavia Correia09/02/2023 18h06, atualizada em 10/02/2023 21h05
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Liderado pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, que é gerenciado pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), o rover Curiosity está há mais de dez anos investigando Marte.

Recentemente, a sonda encontrou rochas onduladas em uma área inesperada do planeta, evidenciando a existência de um antigo lago no local, segundo relatou a agência espacial norte-americana em comunicado emitido na quarta-feira (8).

“Esta é a melhor evidência de água e ondas que vimos em toda a missão”, afirmou Ashwin Vasavada, cientista do projeto Curiosity no JPL.

O rover captou imagens impressionantes de padrões ondulados na superfície das rochas causados por ondas de um lago raso que existia no local há bilhões de anos. A equipe responsável pela missão ficou surpresa ao encontrar evidências tão claras da existência de água na Cratera Gale, área de estudo do rover.

O rover Curiosity usou a ChemCam para fotografar um local chamado Gediz Vallis Ridge, avistando pedras que se acredita terem sido lavadas em um antigo fluxo de detritos. Créditos: NASA/JPL-Caltech/LANL/CNES/CNRS/IRAP/IAS/LPG

“Nós escalamos muitos depósitos de lagos durante nossa missão, mas nunca vimos ondulações tão claramente”, disse Vasavada. “Isso foi especialmente surpreendente porque a área em que estamos provavelmente se formou em um momento em que Marte estava ficando mais seco”, acrescentou.

Atualmente, o Curiosity explora as encostas de uma montanha de cinco mil metros de altura chamada Monte Sharp. O veículo explorador também identificou detritos em um vale que foram arrastados por deslizamentos de terra úmidos nas redondezas. 

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“Esses pedaços de terra são provavelmente a evidência mais recente da presença de água que veremos. Isso nos permitirá estudar camadas mais altas no Monte Sharp que não podemos alcançar”, afirmou Vasavada.

Segundo a NASA, o Monte Sharp fornece aos pesquisadores uma espécie de “linha do tempo” de Marte, com as camadas mais antigas na parte inferior e as mais novas no topo.

Com isso, os cientistas podem “estudar como Marte evoluiu de um planeta que era mais parecido com a Terra em seu passado antigo, com um clima mais quente e água abundante, para o deserto congelado que é hoje”.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.