Rússia multa dona da Wikipédia por informações sobre serviço militar do país

O tribunal russo multou novamente a Wikimedia Foundation por considerar que a plataforma não removeu informações falsas sobre o país na guerra na Ucrânia
Por William Schendes, editado por Bruno Capozzi 01/03/2023 13h05
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O tribunal da Rússia multou a Wikimedia Foundation em 2 milhões de rublos, cerca de 27 mil dólares ou 140 mil reais, por considerar que a empresa não apagou “informações falsas” na Wikipédia sobre a atuação do serviço militar russo durante a Guerra na Ucrânia

  • Em novembro de 2022, o órgão russo já havia multado a empresa por não excluir os artigos “Resistência não violenta da população civil da Ucrânia durante a invasão russa” e “Avaliações da invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022”;
  • A Wikipédia disse que pode recorrer da decisão do tribunal.

Leia mais:

Em entrevista ao site Meduza, em julho de 2022, o diretor interino da Wikipédia na Rússia, Stanislav Kozlovsky, disse que a plataforma está sob ameaça de bloqueio no país há 10 anos e sempre recebeu notificações do governo:

A Wikipedia está sob ameaça de bloqueio há 10 anos, mas agora se tornou mais plausível. Às vezes há uma calmaria por um tempo, mas outra notificação sempre chega eventualmente. Talvez esteja chegando ao fim, ou talvez haja outra onda de ameaças. Talvez eles nos bloqueiem. Quando alguém aponta uma arma para você por dez anos seguidos, você se acostuma.

Artigos sobre a Ucrânia [na Wikipédia] estão sendo escritos por pessoas da Rússia e da Ucrânia – e eles têm visões diferentes sobre o assunto. Eles discutem sobre todas as frases, mas, no final das contas, expressam as coisas de maneira a manter os artigos o mais neutros possível.

Stanislav Kozlovsky, diretor interino da Wikipédia na Rússia.

Rússia x Ucrânia: Wikipédia se posiciona contra ordem russa para remover informações sobre a guerra

Wikimedia Foundation, dona do portal Wikipédia, entrou com um recurso contra a decisão de um tribunal da Rússia que exigia a remoção de informações relacionadas à invasão na Ucrânia.  

“Pedimos ao tribunal que reconsidere em favor dos direitos de todos ao acesso ao conhecimento e à liberdade de expressão”, disse o conselheiro-geral da Wikimedia Foundation, Stephen LaPorte. 

Para mais informações, acesse a matéria completa.

Com informações de Reuters (1 | 2) e Meduza.

Imagem destaque: viewimage / Shutterstock.com

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Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mesmo com alguns assuntos negativos, gosta ficar atualizado e noticiar sobre diferentes temas da tecnologia.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.