União Europeia vai ter rede de satélites semelhante a Starlink

A União Europeia vai criar sua própria rede de satélites após o destaque da Starlink na defesa da Ucrânia na guerra
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 02/03/2023 11h56
starlink
Com o lançamento desta terça-feira (9), a SpaceX passará a contar com mais de 3 mil satélites Starlink na órbita da Terra. Imagem: Aleksandr Kukharskiy - Shutterstock
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A União Europeia anunciou que vai colocar em órbita a sua própria constelação de satélites para fins de comunicação. O sistema deve seguir os moldes da Starlink, a rede de satélites da SpaceX que fornece internet rápida para praticamente qualquer parte do mundo.

O nome do sistema é Infraestrutura para Resiliência, Interconexão e Segurança por Satélites (IRISS) e foi votado em 14 de fevereiro pelo Parlamento Europeu. Foram mais de 600 votantes, e a medida foi aprovada quase que por unanimidade. 

A decisão de ter sua própria constelação de internet via satélite surgiu após a Starlink ter um papel importante na defesa da Ucrânia durante a guerra contra a Rússia. O Parlamento Europeu encarou a proposta como forma de suprir a necessidade europeia de uma comunicação segura e soberana. 

A agressão militar russa contra a Ucrânia demonstrou como os serviços de comunicação seguros e soberanos baseados no espaço são cruciais em caso de conflito

Thierry Breton, Comissário Europeu para o Mercado Interno, em comunicado

Leia mais:

A constelação de satélites da União Europeia

A IRISS vai contar com cerca de 170 satélites em órbita baixa da Terra entre 2025 e 2027. Além disso a rede vai ser de conectividade multiorbital, contando também com satélites em órbitas médias e geoestacionárias.

Em breve, a IRISS se juntará às suas contrapartes Galileo e Copernicus e as complementará [sic] fornecendo serviços de comunicação perfeitos, seguros, resilientes e econômicos, com serviços iniciais até 2024 e capacidade operacional total até 2027

Direção-Geral da Indústria de Defesa e Espaço (DEFIS) da Comissão Europeia

A rede de satélites será usada principalmente para comunicação de questões governamentais e administrativas, como aplicações de defesa da União Europeia. Além disso, ela também vai fornecer internet para toda Europa e África, até mesmo em áreas sem conectividade.

A constelação também vai alavancar a indústria espacial do continente e as startups, e ajudará a Europa a desenvolver suas capacidades, como satélites de criptografia quântica e tecnologias disruptivas. Segundo Thierry Breton, a proposta vai aumentar “a autonomia estratégica, soberania digital e competitividade da União Europeia”.

Representa uma virada de jogo para os cidadãos da UE, graças ao desenvolvimento da banda larga de alta velocidade, eliminando as zonas mortas de comunicação e fortalecendo a política de coesão da UE.

Thierry Breton

Somente o Parlamento Europeu já destinou cerca de 2,4 bilhões de dólares para o desenvolvimento da constelação de satélites. A Agência Espacial Europeia (ESA) e o setor privado também vão investir na proposta.

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Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.