A reputação da internet espacial é de um serviço lento e com intensidade de sinal questionável. No entanto, esse panorama pode mudar. Os próximos anos devem marcar uma grande reformulação nas conexões via satélite.

Os projetos de internet via satélite que estão sendo desenvolvidos globalmente:

  • A SpaceX programou o lançamento de 51 satélites que entrarão em órbita e apoiarão a rede Starlink, se juntado aos outros milhares de satélites que a empresa já havia colocado em órbita;
  • A Amazon está planejando incorporar mais de 3.000 satélites em sua constelação de internet via satélite Projeto Kuiper, com os protótipos sendo desenvolvidos para serem lançados ainda em 2023;
  • Meses atrás, a União Europeia lançou a sua rede de satélites Iris e pretende incluir até 170 satélites, que devem entrar em órbita entre 2025 e 2027;
  • Taiwan se inspirou no uso de terminais da Starlink e também vem procurando investidores para financiar sua própria rede doméstica de satélites.

Com a ascensão da indústria espacial comercial, o custo dos lançamentos espaciais diminuiu consideravelmente nos últimos anos. Dessa forma, a contratação de empresas de foguetes que coloquem satélites comerciais em órbita abre caminho para constelações oferecerem seus serviços de internet. Essa nova rede deve ser mais rápida que a tecnologia antiga baseada em satélite, que geralmente dependia de um ou dois satélite que orbitam a Terra.

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A internet via satélite não necessariamente está sendo configurada para substituir os serviços oferecidos por torres de celular ou cabos de fibra ótica. No entanto, ela pode apresentar uma função importante nas redes em que muitas pessoas usam diariamente, trazendo mais capacidade e estendendo a cobertura.

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De acordo com Sylwia Kechiche, analista do setor para empresas da empresa de inteligência de rede Ookla, a internet via satélite pode ser benéfica para pessoas que vivem ou viajam em áreas remotas. “Pense na periferia da cidade quando você não tem mais uma infraestrutura tão boa e não consegue uma velocidade muito boa porque não há fibra ali, ou cabo também”, afirmou ela, em entrevista ao Vox.

Imagem: Reprodução/Shutterstock
Imagem: Reprodução/Shutterstock

Por outro lado, a internet via satélite enfrenta alguns desafios até se tornar, de fato, uma realidade ao redor do mundo. Em meio aos vários satélites que estão sendo colocados em órbita no espaço, as empresas terão de encarar alguns obstáculos.

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Quais são os obstáculos que a internet via satélite enfrentará daqui para frente?

  • Equipamentos capazes de conexão via satélite de última geração ainda são caros e podem atrapalhar o uso da tecnologia
  • Empecilhos para a divisão digital, que envolve a disparidade ao redor do mundo entre as pessoas que podem acessar uma internet de alta qualidade e aquelas que não podem
  • A órbita terrestre baixa já está lotada e há preocupações crescentes sobre o aumento de satélites comerciais, que poderia intensificar o problema do lixo espacial
  • Várias redes se preparam para lançar um número alto de satélites no espaço e essa questão poderá virar uma batalha entre reguladores pelo espaço físico em órbita – os provedores de internet via satélite também estarão envolvidos nesse debate

Com isso, os obstáculos continuam levantando discussões. Em 2021, um pesquisador espacial sugeriu os satélites Starlink já constituem uma grande parte dos encontros próximos entre objetos na órbita terrestre baixa. Com mais satélites, há um risco de colisões entre os objetos ou com as dezenas de milhares de pedaços de detritos orbitais que giram ao redor do planeta, o que criaria ainda mais detritos espaciais.

“As rodovias orbitais são em número finito e há uma capacidade de carga para cada rodovia orbital que ainda não medimos”, explicou Moriba Jah, cientista-chefe e cofundador da Privateer Space, em entrevista ao Recode. “Essa capacidade de carga é como as rodovias da Terra ou lotes finitos de terra”, acrescentou.

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Há ainda uma questão envolvendo a criação de empregos focados em satélites, já que as empresas preparam o terreno para o futuro da indústria espacial da internet. A Amazon, por exemplo, trabalha para abrir setores que poderiam atuar principalmente na fabricação de novos satélites – apesar das demissões em massa em toda a empresa.

Informações via Vox

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