O Brasil segue, pelo segundo ano consecutivo, no topo do pódio de países mais atacados por ransomware (programa malicioso de extorsão) na América Latina. É o que revelam os dados mais recentes da Palo Alto Networks, empresa especializada em segurança cibernética.

Nos últimos 18 meses, 59 casos foram registrados. Esse total representa aumento de 51% no número de casos em um ano, segundo o levantamento realizado pela empresa.

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Destaque latino e mundial

Ícone de cadeado em frente tela de computador com códigos
Quando o assunto é ataques de ransomware, Brasil é destaque na América Latina e no mundo (Imagem: Darwin Laganzon/Pixabay)

Além de liderar o pódio de alvos da América Latina, o Brasil aparece entre os países mais atacados por ransomware do mundo. Para você ter uma ideia, nosso país teve mais ataques do que China e Japão. Veja o comparativo abaixo:

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  • Brasil: 59 ataques;
  • Japão: 32 ataques;
  • China: 29 ataques;
  • México: 26 ataques;
  • Argentina: 23 ataques.

Raio-x dos ataques por ransomware

Hacker usando notebook com celular do lado
Existem dois tipos populares de ransomware: bloqueio e criptografia (Foto: Antoni Shkraba/Pexels)

Em ataques de ransomware, hackers exigem pagamentos altos em troca da recuperação dos dados. No mundo todo, esse tipo de malware continuou a ser um problema para as organizações em 2022, com pagamentos de até US$ 7 milhões (R$ 36,7 milhões, pela conversão atual).

O valor médio dos pagamentos exigidos pelos hackers foi de US$ 650 mil (R$ 3,4 milhões), enquanto a média dos pagamentos realizados ficou em US$ 350 mil (R$ 1,8 milhão). Isso indica que uma negociação eficaz pode reduzir os montantes extorquidos.

Além disso, um em cada cinco casos de ransomware investigados revelou que os invasores coagem e perseguem suas vítimas, aproveitando informações do cliente que foram roubadas para forçar a organização a pagar pelo “resgate”.

Algumas das táticas de ataquem incluem criptografia, roubo de dados, negação de serviço distribuída (DDoS) e assédio, com o objetivo final de aumentar as chances de receber o pagamento. O roubo de dados, frequentemente associado a sites de vazamento da dark web, foi a tática de extorsão mais comum, com 70% dos grupos criminosos utilizando no final de 2022 – um aumento de 30% em relação ao ano anterior.

Bert Milan, vice-presidente regional do Caribe e América Latina da Palo Alto Networks

Alvo: Brasil

Montagem de terremotos no Brasil
No Brasil, hackers miraram seus ataques ransomware nos setores de manufatura, tecnologia e atacado/varejo (Imagem: Pedro Spadoni/Olhar Digital)

Dados mostram que manufatura, alta tecnologia e atacado/varejo são os três setores do mercado mais afetados por esse tipo de ataque. Lockbit, Vice Society e Hive, três gangues diferentes de ransomware, foram os responsáveis pela maioria dos ataques.

Esses ataques podem acontecer por meio de links maliciosos, falta de backups e pouco investimento em cibersegurança. Além disso, sites de vazamento da dark web são associados com frequência ao roubo de dados.

Atualmente, empresas devem fazer investimentos maciços em segurança cibernética, além de treinar funcionários para que estejam a par das melhores práticas cibernéticas ao usarem equipamentos da empresa. É desaconselhado que um negócio continue fazendo poucos esforços pela sua cibersegurança, mesmo sabendo que isso não garante total imunidade aos ataques. Essa postura certamente impedirá que grupos de ransomware atinjam o coração da empresa.

Bert Milan, vice-presidente regional do Caribe e América Latina da Palo Alto Networks

Imagem de destaque: Pete Linforth / Pixabay

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