O plástico é um material extremamente durável e versátil, o que faz com que ele seja mundialmente usado. No entanto, essas mesmas características são as responsáveis por torná-lo praticamente impossível de ser destruído. Reciclar o material ajudaria com que grandes quantidades dele não fossem destinadas a aterros, no entanto é muito mais barato produzi-los do zero.

Atualmente, já foram gerados cerca de 6 bilhões de toneladas de resíduos plásticos, onde apenas 10% desse total foi reciclado. Além disso, a fabricação de novos plásticos exige derivados de combustíveis fósseis, que são prejudiciais ao meio ambiente e contribuem para o efeito estufa.

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Por causa disso, dois cientistas de materiais da Boise State University,  Allison Christy e Scott Phillips, publicaram na revista Science Advance sobre o desenvolvimento de um novo plástico que não utiliza combustíveis fósseis na sua produção e pode ser facilmente reciclado.

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Plástico facilmente reciclado

O novo material é feito a partir de poli(etil cianoacrilato) ou PECA, composto produzido a partir do mesmo monômero usado para a fazer a super cola. Ele é formado a partir da polimerização de monômeros únicos e repetidos unidos em cadeia a partir de uma reação química.

Os pesquisadores acreditam que o PECA poderá ser usado para substituir o poliestireno (PS), um dos tipos de plástico menos aceito em estações de reciclagem e que é usado para produzir isopor e descartáveis como copos, pratos e talheres. O PS representa apenas 6% da produção de plástico atualmente, mas o PECA poderá no futuro ser uma alternativa para os outros tipos.

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Devido às excelentes propriedades dos materiais e facilidade de reciclagem, PECA pode ser útil em outros contextos além de simplesmente substituir o poliestireno, o que melhoraria ainda mais a extensão em que um fluxo de resíduos de plástico poderia ser reciclado

Allison Christy e Scott Phillips, no artigo
Talheres feito de PECA (Credito: Allison Christy/Boise State University)

Testes realizados no PECA indicam que ele possui características comparáveis ao plástico convencional e é estável em ambientes quentes e úmidos. Mas no quesito reciclagem, eles são muito diferentes.

As cadeias poliméricas do PECA podem ser quebradas por temperaturas a partir de 210 graus Celsius e os monômeros resultantes podem ser reutilizados para a produção novamente, mesmo quando ele foi misturado com outros resíduos, como papel, alumínio e plástico não processado.

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