Um estudo recente realizado nos Estados Unidos descobriu que a inteligência artificial (IA) é melhor do que os seres humanos na avaliação de ultrassons cardíacos, o principal exame para a saúde cardíaca geral.

  • Inteligência artificial supera humanos na avaliação de ultrassons cardíacos;
  • Estudo foi o mais rigoroso já conduzido sobre o assunto;
  • O modelo de IA usado foi treinado com quase 145.000 ecocardiogramas;
  • A aprovação do método pela FDA está sendo solicitada;
  • Ferramentas de IA aumentam a eficiência e a padronização na avaliação de ultrassons cardíacos.

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Esse é o estudo mais rigoroso já conduzido sobre o assunto. Embora pesquisas anteriores tenham mostrado o potencial dos modelos de IA para leitura de exames médicos, os autores do novo estudo afirmam que este é o primeiro teste clínico randomizado e cego para a saúde cardíaca.

Os ultrassons cardíacos, também conhecidos como ecocardiogramas, são realizados em pacientes por ultrassonografistas, que geralmente fazem uma avaliação inicial do exame antes de entregá-lo a um cardiologista. O novo estudo, publicado na revista Nature (via Medical Xpress), comparou um modelo de IA com ultrassonografistas para ver quem daria a avaliação inicial mais precisa.

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O exame avalia a fração de ejeção ventricular esquerda, que mede a capacidade do coração de bombear sangue para o corpo no espaço de um único batimento cardíaco. É o principal método para medir o quão bem o coração está funcionando. Ele é usado para verificar se os pacientes tiveram um ataque cardíaco ou se conseguirão fazer tratamentos sérios.

Para o estudo, quase 3.500 ultrassons cardíacos foram divididos aleatoriamente entre ultrassonografistas e o modelo de IA. As avaliações foram então avaliadas por cardiologistas, que não sabiam quais exames foram realizados por humanos e quais foram feitos pela IA.

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Segundo o estudo, os cardiologistas fizeram uma mudança substancial em mais de 27% das avaliações dos ultrassonografistas e em quase 17% das feitas pelo modelo de IA.

A IA foi mais rápida, precisa e indistinguível pelos cardiologistas.

David Ouyang, autor do estudo

Segundo ele, há uma “escassez tremenda” de ultrassonografistas nos Estados Unidos e no mundo, e isso economizaria muito tempo para eles. O modelo de IA usado no estudo, chamado EchoNet-Dynamic, foi treinado em quase 145.000 ecocardiogramas e usa o que é chamado de aprendizado profundo para processar quantidades grandes de dados.

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Os pesquisadores agora estão solicitando a aprovação do método pela FDA — agência governamental dos Estados Unidos responsável pela regulamentação de alimentos, medicamentos, cosméticos, dispositivos médicos e outros produtos relacionados à saúde pública — e esperam fazer o mesmo na União Europeia e em outros lugares em breve.

A integração de ferramentas de IA aumentará a eficiência e a padronização na avaliação de ultrassons cardíacos, de acordo com Patricia Pellikka, cardiologista da Clínica Mayo nos Estados Unidos, que não participou da pesquisa.

Segundo o cardiologista francês Florian Zores, o estudo foi bem conduzido, mas não seria útil em países como a França, onde os próprios cardiologistas fazem a análise inicial dos exames.

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