Tesla pagará US$ 3,2 milhões em indenização a funcionário que sofreu racismo

Por William Schendes, editado por Rodrigo Mozelli 05/04/2023 14h05, atualizada em 06/04/2023 00h47
TESLA
Imagem: Kevin McGovern / Shutterstock.com
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Um júri federal de São Francisco ordenou na última segunda-feira (3) que a Tesla pagasse cerca de US$ 3,2 milhões para um ex-funcionário da Tesla, vítima de abuso racial quando trabalhava em uma fábrica na Califórnia.

Entenda o caso:

  • Owen Diaz, que trabalhava como ascensorista na fábrica de Fremont, foi contratado pela Tesla em 2015. Ele relatou à justiça que escutava frequentemente calúnias racistas e viu diversas pichações preconceituosas no local de trabalho, incluindo suásticas nazistas;
  • A acusação do ex-trabalhador revelou que a Tesla não agiu, apesar das reclamações feitas aos gerentes da fábrica;
  • Em outubro de 2021, ele recebeu o veredito de uma indenização de US$ 137 milhões por ter sofrido violações de direitos civis no trabalho;
  • Posteriormente, o juiz William H. Orrick reduziu o valor da indenização para US$15 milhões;
  • O ex-funcionário não aceitou a redução e abriu uma nova ação para aumentar o valor da indenização;
  • O valor foi reduzido novamente, ficando em US$ 3,2 milhões por danos punitivos e US$ 175 mil por sofrimento emocional.

Leia mais:

Conforme relatou a CNBC, perante o tribunal na última sexta-feira (31), Diaz se mostrou angustiado ao falar sobre os insultos racistas que ele e outros funcionários negros da fábrica recebiam durante o trabalho.

Ele disse, por exemplo, que falaram para ele “voltar à África” e que deixaram um desenho racista em seu local de trabalho.

O advogado de Diaz, Bernard Alexander, buscava um valor de quase US$ 160 milhões em danos compensatórios e punitivos. Essa seria, segundo a defesa da vítima, uma mensagem à Tesla e outras grandes empresas que não se responsabilizam pela discriminação racial no ambiente de trabalho.

Os advogados da Tesla disseram que o depoimento de Diaz apresentava inconsistências e que, na época que trabalhava na fábrica, o funcionário não apresentou as reclamações por escrito aos supervisores.

Após o veredito que definiu a indenização em US$ 3,2 milhões, Larry Organ, outro advogado de Diaz, afirmou o seguinte:

 Não acho que a verdade tenha conduzido as decisões aqui. Acho que foi um show pelo qual o Sr. Diaz foi atacado e sua credibilidade foi questionada.

Em uma postagem no Twitter, Elon Musk comentou a decisão do júri:

Se tivéssemos permissão para apresentar novas evidências, o veredito teria sido zero. O júri fez o melhor que pôde com as informações de que dispunha. Respeito a decisão.

Elon Musk

Com informações de The Guardian e CNBC e Ars Technica.

Imagem destaque: Kevin McGovern / Shutterstock.com

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Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mesmo com alguns assuntos negativos, gosta ficar atualizado e noticiar sobre diferentes temas da tecnologia.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.