Os roteiristas de Hollywood aprovaram nesta segunda-feira (17) a realização de greve caso as negociações com os grandes estúdios falhem.

O Sindicato dos Roteiristas da América (WGA, na sigla em inglês) pede melhores remunerações por parte de grandes produtoras e a paralisação teve aprovação de 98%, de acordo com o jornal The New York Times.

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Motivos da greve

  • O WGA aprovou a greve com maioria esmagadora: 98% dos 11,5 mil votantes concordaram com a paralisação;
  • A autorização coloca pressão sobre grandes empresas de entretenimento, como Netflix e Disney;
  • Os roteiristas pedem remunerações melhores, argumentando que os salários foram prejudicados pela revolução do streaming, que diminui a duração das temporadas de TV e, consequentemente, os pagamentos;
  • Se o Sindicato não chegar em acordo com as produtoras até 1° de maio, data em que os contratos com as empresas acabam, a paralisação pode acontecer;
  • Um roteirista que faz parte do comitê de negociação do WGA foi ouvido pelo The New York Times e revelou que os trabalhadores do setor foram “desvalorizados por anos”.

Consequências da greve dos roteiristas

A greve pode custar caro para Hollywood. A última aconteceu em 2007 e 2008, e durou 100 dias. O prejuízo foi de cerca de US$ 2,1 bilhões para a economia da Califórnia, segundo estimativa do Milken Instituite, e as redes de TV dos Estados Unidos tiveram de transmitir reprises e reality shows.

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A maioria dos roteiristas de Hollywood vivem em Los Angeles ou Nova York. Outra paralisação havia sido aprovada em 2017, em votação, pelo mesmo motivo, mas um acordo foi realizado no último dia do contrato.

Roteiristas e IA

  • Com o início da adoção da Inteligência Artificial geradora em Hollywood, o WGA também tem motivos para se preocupar;
  • A IA já rejuvenesceu Harrison Ford, deu voz a Val Kilmer e até produziu um curta-metragem;
  • Porém, do lado oposto de diminuir custos e tempo de pré-produção, a ampla adoção da tecnologia no setor pode arriscar empregos em Hollywood, além de esbarrar em questões de direitos autorias e propriedade intelectual;
  • O Writers Guild of America já trava negociações quanto ao uso da IA na escrita de roteiros;
  • O sindicato declarou que o trabalho feito pela IA não pode ser considerado material “fonte” ou “literário”, duas disposições essenciais que determinam como o crédito é dado aos roteiristas e define os pagamentos.

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