As elevadas taxas de emissão de dióxido de carbono são apontadas como as principais responsáveis pelas mudanças climáticas. Reduzir a liberação de gás poluente na atmosfera é considerado um caminho essencial para reduzir o efeito, no entanto apenas isso pode não ser suficiente. De acordo com alguns especialistas, é preciso retirar o carbono do ar, o que pode ser feito jogando nanopartículas de ferro nos oceanos.

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Fitoplânctons e absorção de carbono

Próximo à superfície dos oceanos vivem plantas microscópicas conhecidas com fitoplâncton que absorvem luz solar e dióxido de carbono da atmosfera para produzirem seu próprio alimento, a fotossíntese. Cerca de 25% das emissões humanas de CO2 são absorvidas por elas e parte do carbono vai parar no fundo do mar depois que elas morrem e afundam.

Além do CO2 e a luz solar, as plantas também precisam de nutrientes para sobreviver, o que não muda para os fitoplânctons. Um deles é o ferro, escasso em algumas regiões dos oceanos e o seu aumento pode desencadear a proliferação dessas plantas e consequentemente a absorção de carbono.

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Alguns pesquisadores já chegaram a “fertilizar” o oceano com ferro, mas apesar deles perceberem o aumento desses animais, a quantidade de carbono depositada no fundo do mar era diferente do esperado.

Apenas adicionar ferro ao oceano não foi demonstrado como um bom plano para armazenar carbono atmosférico. O que conta é o carbono que atinge o fundo do mar, e muito do carbono amarrado nas florescências de plâncton parece não afundar muito rápido ou muito longe.

Jim Bishop, pesquisador em resposta a Freethink

O motivo de isso acontecer não é conhecido, alguns pesquisadores apontam que é por causa de outros seres vivos que se alimentam dos fitoplânctons e outros porque o ferro se acaba ligando a compostos orgânicos marinhos. Independente do motivo, os pesquisadores não desistiram da possibilidade de transformar o oceano em um sumidouro de carbono.

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Forma como o ferro é adicionado ao mar

Em novembro de 2022, pesquisadores da Universidade de Leeds e do Laboratório Nacional Pacific Northwest do DOE apontaram que a forma como o ferro é depositado no mar é o que pode mudar os resultados obtidos.

Anteriormente o nutriente era adicionado ao mar através do sulfato de ferro, agora os pesquisadores sugerem que seja utilizado nanopartículas de ferro e que podem ser lançadas no oceano de diferentes formas:

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  • Uma das sugestões é que as partículas sejam revestidas com polímeros, o que as faria boiar se mantendo mais perto da superfície e torna mais fácil dos fitoplânctons as absorverem;
  • Outra, é a adição de algo que aumente a absorção de luz da planta, aumentando a fotossíntese e a quantidade de carbono absorvida;
  • Os pesquisadores também sugeriram que fosse amarrado algo nas nanopartículas para as deixarem mais densas, o aumento de 1% da densidade já seria o suficiente para fazer o fitoplâncton afundar mais rápido.

Apesar de ser um método muito mais caro, ele também é bastante eficaz para reduzir o carbono da atmosfera. No entanto, ainda é preciso mais pesquisas para determinar o quanto a adição de nanopartículas de ferro podem afetar o ecossistema oceânico, por enquanto a alternativa é utilizar métodos mais convencionais, como plantar mais árvores e usar filtros químicos.

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