O Acordo de Paris assinado em 2015 é um tratado internacional sobre as mudanças climáticas, que visa combater o aquecimento global reduzindo as emissões de dióxido de carbono e outros gases poluentes na atmosfera. No entanto, mesmo com as medidas adotadas pelos países, a temperatura do planeta pode aumentar 3 graus Celsius nas próxima décadas;

O carvão é dos combustíveis fósseis que mais libera dióxido de carbono na atmosfera e lentamente a humanidade vem abrindo mão do seu uso, mas de acordo com um estudo publicado recentemente na revista IOPscience, a redução ainda não é suficiente.

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Acordo de Paris e a redução do uso de carvão

O Acordo de Paris pretende limitar o aumento das temperaturas abaixo de 2 graus dos níveis pré-industriais, e ainda prosseguir os esforços para manter abaixo de 1,5 graus. A eliminação da utilização de carvão é um bom caminho para isso.

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Atualmente são liberadas cerca de 15 bilhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera e 40% dessas emissões são por causa do carvão, diante disso alguns países resolveram eliminar o seu uso, ou pelo menos reduzi-lo.

De acordo com o novo estudo, no ritmo que a redução está acontecendo estamos caminhando para que o aquecimento alcance de 2,5 a 3 graus.

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Cada vez mais países estão prometendo eliminar gradualmente o carvão de seus sistemas de energia, o que é positivo, mas, infelizmente, seus compromissos não são fortes o suficiente. Se quisermos ter uma chance realista de atingir a meta de 2 graus, a eliminação gradual do carvão precisa acontecer mais rapidamente, e os países que dependem de outros combustíveis fósseis precisam aumentar sua taxa de transição.

Aleh Cherp, cientista ambiental e coautor do estudo, em resposta a Science Alert

Para conseguir prever o nível de aquecimento, os pesquisadores avaliaram os planos de 72 países que concordaram em eliminar o uso de carvão até 2050, onde além da taxa de aumento, eles também conseguiram traçar soluções para evitá-la. O cenário ideal seria a China e a Índia adotarem medidas agressivas para a redução do carvão nos próximos 5 anos, assim como as adotadas pelo Reino Unido.

Nos últimos anos o planeta presenciou um aumento do uso das emissões de carbono

De acordo com relatório de 2021, dezenas de países não estão prosseguindo com suas promessas feitas no Acordo de Paris, sendo a Gâmbia o único atualmente no caminho certo. Mesmo muito abaixo dos 2 graus, as mudanças climáticas já vem causando danos, e os pesquisadores estimam que as consequências podem ser ainda pior.

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Caso o aumento das temperaturas não reduzem:

  • A camada de gelo da Antártica e do Ártico podem pode derreter e elevar em até 20 metros o nível do mar;
  • Causar ondas de calor, mega secas no mundo todo e inundações glaciais;
  • Aumentar a insegurança alimentar e o risco de doenças patogênicas.

O uso do carvão reduziu em 3,1% em 2020, no entanto em 2022 o mundo viu um aumento do uso desse combustível, cerca de 8 bilhões de toneladas, um crescimento de cerca de 1,2% e consequentemente das emissões de carbono, de acordo com Agência Internacional de Energia.

Os compromissos dos países não são suficientes, nem mesmo entre os mais ambiciosos. Além disso, a invasão da Ucrânia pela Rússia corre o risco de comprometer vários compromissos dos países.

Jessica Jewell, cientista ambiental da Chalmers University of Technology

Os principais motivos para os países resistirem é o baixo custo do carvão, no entanto banir seu uso é muito mais barato a longo prazo.

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