Uso de IA por empresas é discutido nos EUA; entenda

Objetivo do governo é conferir se tecnologia está afetando trabalho e saúde mental
Por William Schendes, editado por Bruno Capozzi 02/05/2023 11h19, atualizada em 02/05/2023 21h25
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O governo dos Estados Unidos disse que irá analisar como as empresas estão usando a inteligência artificial na gestão de seus funcionários. De acordo com deputados do Conselho de Política Doméstica da Casa Branca e do Escritório de Política científica e Tecnologia, as tecnologias atuais de IA podem “criar sérios riscos para os trabalhadores.”

A Casa Branca emitiu um comunicado pedindo que colaboradores de todos os setores forneçam informações sobre como as ferramentas automatizadas e de inteligência artificial estão afetando seu trabalho.

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O governo norte-americano está preocupado principalmente com o rastreamento dos trabalhadores, obrigando-os a trabalhar num ritmo muito mais rápido, afetando seu bem-estar mental.

O acompanhamento constante do desempenho pode levar os trabalhadores a se moverem muito rápido no trabalho, representando riscos para sua segurança e saúde mental.

Escreveram Jenny Yang, vice-assistente do presidente para justiça racial e equidade, e Deirdre Mulligan, vice-diretora de tecnologia dos EUA.

O documento também menciona uma matéria do The New York Times citando alguns exemplos de monitoramento de trabalhadores dos EUA com IA como:

  • Enfermeiros obrigados a usar crachás que rastreiam localização e proximidade com outros funcionários;
  • Motoristas que tinham sua velocidade, localização e aceleração monitoradas;
  • Um software instalado no computador de funcionários que registrava as ações do mouse e teclado;
  • Funcionários de call center intensamente monitorados;
  • Empacotadores e estoquistas que usam scanners que permite rastrear seu ritmo de trabalho.

Além de afetar a segurança e saúde mental dos funcionários, o uso das tecnologias no trabalho para monitorar conversas, por exemplo, pode impedir os trabalhadores de exercer seus “direitos de organização e negociação coletiva”. Outras tecnologias para rastreamento podem colaborar com a discriminação envolvendo pagamento, promoção e disciplina dos funcionários.

Com informações do Engadget

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Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mesmo com alguns assuntos negativos, gosta ficar atualizado e noticiar sobre diferentes temas da tecnologia.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.