Cientistas brasileiros trabalham em nova forma de exame para se detectar a glicose (glicemia) por meio da urina.

Atualmente, para se medir a glicose, a forma mais comum é por meio do sangue. Uma pequena amostra do líquido é obtida via picada no dedo e depósito em pequena tira acoplada a um aparelho, que exibe na hora o resultado. Seu nome é glicosímetro.

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Novo exame

A equipe de pesquisadores da USP e da Embrapa defendem que os glicosímetros são caros, possuem curta vida útil e não são biodegradáveis, enquanto o tipo de exame no qual trabalham, que possui biossensor e é realizado com tiras que detectam glicose na urina via tensão elétrica, é mais barato, custando em torno de R$ 1,25 a R$ 2 e são feitas de polímeros biodegradáveis.

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Como funciona?

  • Como dito, as tiras são de polímeros, que possuem nanofibras;
  • Cada nanofibra possui uma enzima, a glicose oxidase;
  • As nanofibras catalisam, de forma espontânea, a glicose da urina, produzindo o peróxido de hidrogênio;
  • Após aplicação de tensão elétrica, o peróxido de hidrogênio se reduz a nanopartículas do pigmento azul da Prússia;
  • Após, chega-se ao valor atual da glicose, já que os sinais da corrente gerados são proporcionais aos níveis de glicose encontrados na urina utilizada como amostra.

Usando a urina na medição da glicose

A escolha da urina para esse monitoramento se justifica porque a coleta de amostra é muito mais simples, e esse fluido contém biblioteca de marcadores de saúde que podem ser explorados em testes clínicos multi-uso.

Paulo Augusto Raymundo Pereira, professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) e coordenador da pesquisa, em entrevista à Agência Fapesp

Testes clínicos

O estudo segue em fase preliminar e foi publicado na revista ACS Sustainable Chemistry & Engineering. Os testes estão em fase clínica, porém, estão sendo realizados em apenas um voluntário. Segundo os pesquisadores, os resultados vêm batendo com os obtidos por meio do sangue.

Serão realizadas mais pesquisas para validação do novo tipo de exame. Os cientistas creem que o novo formato poderá monitorar mais variantes, contudo, isso só será validado após nova rodada de testes.

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Com informações de Agência Fapesp e ACS Sustainable Chemistry Engineering