Um estudo elaborado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC) e pela subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), propondo soluções para viabilizar o retorno do chamado carro popular.

Com os preços dos veículos em constante aumento, a ideia de oferecer opções acessíveis ganha força no mercado automotivo. O objetivo do estudo é promover a produção de carros com preços mais baixos, além de aumentar a proporção de peças nacionais e melhorar as condições de financiamento.

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Objetivos do estudo

  1. Preços acessíveis: O documento visa estimular a produção de carros com preços mais acessíveis, visando atender a um maior número de pessoas. A ideia é disponibilizar opções de veículos populares por cerca de R$ 50 mil.
  2. Aumento da nacionalização: Uma das metas é incentivar a fabricação de veículos que utilizem um maior percentual de peças produzidas no Brasil. Isso contribuiria para fortalecer a indústria nacional e gerar empregos em diversos setores.
  3. Linhas de crédito favoráveis: Para que a proposta seja efetiva, é fundamental que sejam oferecidas linhas de crédito com juros e prazos mais favoráveis aos consumidores. O financiamento desses carros é considerado importante para impulsionar a economia do país.

Segundo Moisés Selerges, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a volta do carro popular beneficiaria não apenas os metalúrgicos, mas também outras categorias de trabalhadores, uma vez que a fabricação de um veículo envolve diversos setores, desde a produção até a revenda.

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carro popular
Elevar a fabricação nacional de peças faz parte da proposta do Sindicado dos Metalúrgicos do ABC. Imagem: Joa Souza / Shutterstock.com

Ele ressalta que a produção dos componentes dos carros populares também deveria ser feita no Brasil, o que seria benéfico tanto para os menos favorecidos quanto para a economia do país.

O estudo detalha o setor automotivo e traz diretrizes e propostas do nosso Sindicato que, na nossa avaliação, melhoram substancialmente o setor, preservando e gerando empregos.

Moisés Selerges, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Propostas entregues ao governo

  • Lançamento imediato de modelos populares, com linhas de crédito de longo prazo;
  • Estímulo à produção de veículos que utilizem maior quantidade de peças nacionais e etapas do processo de fabricação no Brasil;
  • Ampliação do programa de renovação das frotas de táxis;
  • Criação de um programa especial de incentivo à renovação dos automóveis utilizados em aplicativos de transporte;
  • Transição gradual para veículos menos poluentes ao longo dos próximos 12 anos;
  • Revisão das alíquotas de imposto de importação de veículos elétricos, levando em consideração a existência de projetos de fabricação nacional.

É necessário que a taxa básica de juros baixe para que haja acesso a financiamentos mais baratos. O Banco Central tem que ter responsabilidade com os empregos e os trabalhadores, essa é uma de suas finalidades. É abusivo e inaceitável o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manter a taxa em 13,75% ao ano.

Moisés Selerges, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Além de preços mais baixos, os carros populares também seriam oferecidos por meio de operações de crédito com prazos de pagamento mais longos, variando de 60 a 72 meses. A proposta de descarbonização ao longo dos próximos 12 anos tem como objetivo apoiar a renovação da frota de veículos e reduzir a venda de carros poluentes.

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A revisão das alíquotas de importação de veículos elétricos também está em pauta, sendo alinhada à existência de projetos de fabricação nacional desses modelos.

A proposta busca não apenas tornar os carros mais acessíveis, mas também impulsionar a indústria nacional e gerar empregos em diversos segmentos. A oferta de linhas de crédito com prazos mais longos visa facilitar o acesso dos consumidores a esses veículos, permitindo um pagamento mais flexível ao longo de 60 a 72 meses.

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carro popular
Imagem: Nelson Antoine / Shutterstock.com
  • Opiniões divergentes: o presidente da General Motors defende (via Estadão) melhores condições de crédito em vez de veículos de entrada. Por outro lado, a Fenabrave acredita que carros mais baratos ajudariam a impulsionar a produção e evitar a perda de empregos.
  • Possíveis cenários: O estudo apresenta três cenários para a cadeia automotiva do Brasil. O primeiro é de transição qualificada, em que o país seria um centro produtivo importante. O segundo é de estagnação tecnológica, com a degradação gradual da indústria automotiva. E o terceiro é de irrelevância global, com a importação de veículos mais avançados em vez da produção local.
  • Redução na produção: Devido à baixa demanda por carros novos, várias fábricas estão diminuindo sua produção, o que aumenta o risco de perda de empregos no setor automotivo. A chegada de carros mais baratos é vista como uma forma de estimular a produção e evitar impactos negativos.

Com informações do SMABC.

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