Desde o começo da pandemia da Covid-19 o Brasil deixou de ter carros a preços populares. Hoje o modelo mais barato no país é o Renaut Kwid versão Zen, que custa R$ 69 mil. Agora o governo deve anunciar um plano para retomar a venda de veículos mais em conta.
De acordo com a Folha de S.Paulo, a medida liderada pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) deve ser oficializada no próximo dia 25 de maio, Dia da Indústria.
O foco da regra deve estar nos carros de entrada, o objetivo seria reduzir o custo de compactos 1.0 para que eles sejam vendidos em uma faixa de preço que vá entre R$ 50 mil a 60 mil.
A estratégia também deve contemplar outros segmentos da indústria, indo além das montadoras. A intenção seria criar linhas de crédito para o setor fabril, reduções na tributação e um aumento do financiamento de veículos.
Leia mais:
- Por que os carros são tão caros no Brasil?
- 5 carros 0Km mais baratos para comprar no Brasil em 2023
- Hatch, Sedan e SUV: entenda as classificações de modelos de carros
O que você precisa saber
- Governo quer trazer carros populares de volta;
- Anúncio deve ocorrer em breve;
- A intenção é baixar os preços para até R$ 50 mil;
- Outros setores além das montadores devem ser inclusos.
A medida é capitaneada pelo vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin. Nas redes sociais, ele falou sobre a proposta para o setor automotivo.
Recebi a diretoria da Renault para debatermos propostas que fortaleçam o setor automotivo. O presidente Lula está empenhado em retomar o vigor de nossa indústria automobilística, que é grande empregadora
Geraldo Alckmin
Por conta da proximidade com a Renaut, a Folha diz que o Kwid deve ser o primeiro carro a se adequar a nova lei. Em seu lançamento, em 2017, a versão mais em conta dele custava R$ 30 mil, preço que hoje, com a inflação corrigida, estaria por volta de R$ 40 mil.
Vale lembrar que, no passado, a Fiat impulsionou a mudança na tributação dos carros com motor 1.0, criando uma nova categoria de populares. Por outro lado, a Volkswagen pressionou pela mesma lei a fim de incentivar a produção de veículos refrigerados a ar, como o Fusca, que não oferecia a opção de motor 1.0.
Carros populares de volta?
Com a pandemia e a crise no setor, as montadoras abandonaram modelos mais simples e menos lucrativos. Com isso, versões de entrada saíram do mercado, restando apenas opções mais caras que ficaram ainda mais inacessíveis com a inflação.
O problema é que isso causou também uma redução da produção e uma crise nas fábricas, que já vem tendo um impacto nos empregos sem os carros populares. Nos últimos meses, diversas montadoras fizeram demissões no país, além da Ford, que deixou de produzir no Brasil.
O desafio também está na renda da população, que reduzida e com a inflação alta, não consegue comprar bens de alto custo. Por isso, as medidas devem incentivar os bancos a oferecerem financiamentos com juros mais baixos. Todos esses pontos, entretanto, ainda estão em discussão e podem ficar de fora do pacote.
Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!