Este conceito artístico do Cometa 238P/Read mostra o cometa do cinturão principal sublimando - seu gelo de água vaporizando conforme sua órbita se aproxima do Sol. Isso é significativo, pois a sublimação é o que distingue os cometas dos asteróides, criando sua cauda distinta e halo nebuloso, ou coma. A detecção de vapor de água pelo Telescópio Espacial James Webb no Cometa Read é uma referência importante no estudo dos cometas do cinturão principal e na investigação mais ampla da origem da água abundante da Terra. Créditos: NASA, ESA
O Telescópio James Webb fez mais uma importante descoberta com seus registros do espaço. Nesta segunda-feira (15), a NASA anunciou que foi encontrada a presença de água em estado gasoso em torno de um cometa no cinturão principal de asteroides pela primeira vez, indicando que o gelo de água do começo do Sistema Solar pode ser preservado naquela região.
Mas para isso, outras perguntas ainda precisam ser respondidas
Análise gerou um novo mistério sobre a água no cometa. Batizado de 238P/Read, o astro não tinha dióxido de carbono detectável. Normalmente, o dióxido de carbono compõe cerca de 10% do material volátil em um cometa que pode ser facilmente vaporizado pelo calor do Sol.
Como existe água no cometa sem carbono? A equipe da NASA diz que uma possibilidade é que o Cometa Read tinha dióxido de carbono quando se formou, mas o perdeu por causa das temperaturas quentes.
O que é o cinturão principal? O cinturão é uma zona do Sistema Solar onde inúmeras pedras espaciais estão presentes. Ele fica localizado entre Marte e Júpiter.
Segundo a NASA, Os próprios cometas do cinturão principal são uma classificação relativamente nova, e o Comet Read foi um dos três cometas originais usados para estabelecer a categoria. Antes disso, acreditava-se que os cometas residiam no Cinturão de Kuiper e na Nuvem de Oort, além da órbita de Netuno, onde seus gelos poderiam ser preservados mais longe do Sol.
Mas o Webb mudou isso. Era especulado que o gelo poderia sobreviver em asteroides mais próximos do Sol desde que dentro do cinturão na órbita de Júpiter. Mas até agora essa teoria não havia sido provada.
No passado, vimos objetos no cinturão principal com todas as características dos cometas, mas apenas com esses dados espectrais precisos do Webb podemos dizer que sim, é definitivamente água gelada que está criando esse efeito
Astrônomo Michael Kelley. da Universidade de Maryland, principal autor do estudo à NASA
“Com as observações de Webb do cometa Read, podemos agora demonstrar que o gelo de água do início do sistema solar pode ser preservado no cinturão de asteroides. Estar no cinturão de asteroides por muito tempo pode fazer isso – o dióxido de carbono vaporiza mais facilmente do que o gelo de água e pode se infiltrar ao longo de bilhões de anos”, completou Kelley.
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Como a água no cometa foi descoberta? Os cientistas usaram o instrumento NIRSpec (Near-Infrared Spectrograph) do James Webb para fazer a descoberta.
Quais os próximos passos? A equipe agora quer comparar o Read com outros cometas do cinturão para ver se a situação se mantém.
Esses objetos no cinturão de asteroides são pequenos e fracos, e com o Webb podemos finalmente ver o que está acontecendo com eles e tirar algumas conclusões. Outros cometas do cinturão principal também carecem de dióxido de carbono? De qualquer forma, será emocionante descobrir”, diz a astrônoma Heidi Hammel, da Associação de Universidades para Pesquisa em Astronomia (AURA), líder do Webb’s Guaranteed Time Observations para objetos do sistema solar e coautora do estudo.
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Esta post foi modificado pela última vez em 16 de maio de 2023 20:57