Apenas 37% dos brasileiros que acessam a internet exclusivamente pelo celular checam se uma informação lida realmente é verdadeira. O quadro é alarmante, já que 92 milhões de pessoas conectadas à rede atualmente o fazem pelo dispositivo. Isso é o que mostra a pesquisa IC Domicílios 2022, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).

Fake news: celular vs. computador

  • A pesquisa do Cetic.br, do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 20.668 pessoas de dez anos ou mais em 2022;
  • Os resultados mostraram que 62% dos indivíduos que acessam a internet o fazem exclusivamente pelo celular;
  • Desse número, apenas 37% confirma se uma informação é verdadeira ou se é fake news;
  • O estudo, então, notou discrepância surpreendente: entre as que acessam pelo celular e pelo computador, 74% fazem a mesma confirmação.

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Digitando no teclado Android
Estudo ainda mostra disparidade em relação às habilidades digitais das parcelas analisadas (Imagem: diego_cervo/iStock)

Habilidades digitais

No geral, a pesquisa também constatou haver grande diferença de habilidades entre as pessoas que utilizam celulares e computadores das que utilizam apenas celulares. Traços, como adotar medidas de segurança mais fortes, instalar aplicativos e softwares, e conectar outros dispositivos mostra que os usuários de mais de um aparelho, têm mais familiaridade com a internet.

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Porém, o gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa, destacou que, para obter essas qualificações, não se trata apenas do acesso à internet, mas da qualidade dos dispositivos utilizados.

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Pessoa segurando celular com imagem aberta escrito Fake News
Quase 80% da população brasileira que lê informações pelo celular não confirma veracidade (Imagem: Pedro França/Agência Senado)

Mais informações da pesquisa

  • A pesquisa apontou que 80% dos domicílios brasileiros possuem acesso à internet, o que representa 60 milhões de lares;
  • Dentre os que não têm acesso, os principais motivos são os altos preços (28%), falta de habilidade (26%), desinteresse (16%), falta de necessidade (7%), acesso em outro lugar (7%), evitar conteúdo perigoso (5%), preocupação com segurança e privacidade (5%), falta de computador (3%), e falta de disponibilidade (3%);
  • O estudo ainda mostrou que a frequência de uso da internet é maior entre as pessoas mais ricas;
  • De um total de 142 milhões de usuários diários, mais de 90% são das classes A e B, 81% da classe C e 60% da classe DE;
  • Ainda, 36 milhões de pessoas não usam a internet;
  • A maioria está em regiões urbanas e não tem Ensino Fundamental completo (29%); desse número, 21 milhões são negros, integrantes das classes DE (19 milhões) e moradores da região Sudeste (15 milhões).

Com informações de UOL

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