Concluindo sua “turnê mensal” de maio pelos planetas do Sistema Solar, a Lua começa esta terça-feira (23) “agarradinha” com Vênus logo pela manhã. Na tarde de quarta-feira (24), no entanto, ela troca de par, se aproximando de Marte, com quem desliza pelo palco celeste até o fim da noite.

Após o “baile”, na quinta-feira (25), a disputada dama toma sua maior distância da Terra, como quem precisa recuperar o fôlego para voltar triunfante à pista.

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Toda essa analogia apresentada acima quer dizer que a Lua estará em conjunção com Vênus, em seguida, com Marte e, por fim, atingindo o apogeu.

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Lua em conjunção com Vênus

De acordo com o site In-The-Sky.org, do ponto de vista de um observador baseado em São Paulo, a dupla estará visível das 10h até pouco depois da meia-noite, atingindo o ponto mais alto no céu por volta das 15h (todos os horários mencionados têm como referência o fuso de Brasília).

Pouco antes de se tornar acessível aos nossos olhos, o par passa pelo chamado appulse, termo que se refere à separação mínima aparente entre dois corpos no céu, de acordo com o guia de astronomia Starwalk Space.

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Configuração do céu no momento de aproximação máxima entre a Lua e Vênus (do ponto de vista da Terra) nesta terça-feira (23). Crédito: SolarSystemScope

O que diferencia as duas expressões é que, embora o termo “conjunção” também seja utilizado popularmente para representar uma aproximação aparente entre dois astros, tecnicamente, a conjunção astronômica só ocorre no momento em que os dois objetos compartilham a mesma ascensão reta (coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre).

A Lua estará em magnitude de -10.4, e a de Vênus será de -4.2, ambos na constelação de Gêmeos. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

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Aproximação com Marte

No dia seguinte, é a vez de Marte. Embora o par já esteja visível desde às 10h52, a conjunção, em si, acontece às 14h33 (quase ao mesmo tempo do appulse). Pouco antes das 17h, eles alcançam o ponto mais alto no céu, e vão descendo até desaparecer por completo, por volta das 21h40.

Configuração do céu no momento de aproximação máxima entre a Lua e Marte (do ponto de vista da Terra) nesta quarta-feira (24). Crédito: SolarSystemScope

A Lua estará em magnitude de -11, e a de Marte será de 1.5, ambos na constelação de Câncer. 

Essa série de conjunções ocorre porque a Lua orbita a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica. No próximo mês, ela começa por Saturno (9), depois Júpiter (14), seguido de Mercúrio (16), Vênus (21) e finaliza em Marte (22).

Apogeu lunar

Conforme dito anteriormente, na quinta-feira ocorre o apogeu lunar, que é quando a Lua atinge a posição mais distante da Terra ao longo de sua órbita ao redor do nosso planeta.

A distância da Lua em relação à Terra varia porque sua órbita não é perfeitamente circular – é ligeiramente oval, traçando um caminho conhecido por elipse. À medida que a Lua atravessa esse caminho elíptico ao redor do planeta a cada mês, sua distância varia 14%, entre 356.500 km no perigeu (aproximação máxima) e 406.700 km no apogeu (ponto mais distante).

Imagem: Triff – Shutterstock (Terra/fundo) – Edição: Olhar Digital

O tamanho angular do astro também varia pelo mesmo fator, bem como seu brilho se altera, embora isso seja difícil de detectar na prática, já que as fases da Lua estão mudando ao mesmo tempo. 

Desta vez, por exemplo, a Lua estará a dois dias de iniciar a fase crescente, aparecendo como um leve “risquinho” no céu – que será ainda menos pronunciado, por causa do apogeu.

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