As futuras missões do projeto Ártemis pretendem estabelecer bases na Lua e, para isso será necessário água para sustentar a vida por lá. Os cientistas acreditam que nas regiões permanentes sombreadas (PSRs) do satélite existe gelo que pode suprir essa necessidade.

Por causa disso, vários países além dos Estados Unidos estão de olho no polo sul da Lua, porque é lá que existem mais regiões que nunca receberam iluminação solar, como a cratera Shackleton com 21 quilômetros de diâmetro e outros buracos resultados de colisões com asteroides, que provavelmente abrigam geleiras. Mas o quão realista é essa hipótese?

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A hipótese da existência de água nessas regiões se baseia a partir de análises de hidrogênio. No entanto, nem todas as PSRs demonstram sinais do elemento, enquanto regiões iluminadas pelo Sol, possuem assinaturas dele na camada superior de regolito, composta por poeira lunar, pedras quebras e outros materiais.

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Problemas da água na Lua

Caso o gelo realmente exista por lá, eles podem oferecer uma série de recursos científicos que precisarão ser protegidos é como se ele fosse um “gravador paleocósmico”. O pouso e a decolagem quente de espaçonaves, o uso de rovers e até mesmo os trajes podem apresentar um perigo para as geleiras. Antes da humanidade se estabelecer por lá, esse risco precisa ser calculado.

Outro problema são os direitos de propriedade, ou seja, o direito sobre a água e outras mineiras a serem explorados na Lua. Para quem chegar primeiro, pode ser vantajoso tomar tudo para a nação à qual pertence, mas na teoria isso não acontecerá. Em 1967, o Tratado do Espaço Sideral foi estabelecido e diz que as atividades realizadas no espaço devem acontecer para beneficiar o interesse de todos os países, mesmo que seja menos desenvolvido econômica e cientificamente, mas na prática, ninguém sabe como isso irá seguir.

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Da mesma forma, temos que enfrentar problemas grandes e espinhosos como este aqui na Terra, com esforço deliberado e premeditação, consultando todas as partes interessadas, incluindo países ainda não capazes de mineração lunar. É muito trabalho duro dos advogados e diplomatas do espaço.

Erika Nesvold, autora do livro Fora da Terra – Questões éticas e dilemas para viver no espaço sideral, em resposta a Space.com

Além disso, os custos para explorar o gelo lunar talvez sejam caros demais, a ponto de compensar que a água seja enviada diretamente da Terra. Com a Starship, cerca de 100 toneladas de água podem ser enviadas para Lua em uma única viagem, e pode ser economicamente muito mais viável, já que a maior fonte de água disponível para o satélite é a própria Terra.

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