Em meio à crescente desinformação e insegurança online, a Meta deve realizar uma nova rodada de demissões nas divisões de negócios, incluindo equipes de moderação de conteúdo, políticas e questões regulatórias. Os cortes fazem parte de um esforço da empresa de redução de pessoal que já dura meses.

De acordo com uma fonte que falou de forma anônima ao Washington Post, os funcionários deverão ser notificados ainda nesta quarta-feira (24).

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Contexto de moderação de conteúdo da Meta

Há cerca de três meses, a Meta havia anunciado conquistas no setor de moderação de conteúdo no que dizem respeito a posts influenciáveis sobre a guerra na Ucrânia.

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O presidente de Assuntos Globais da companhia, Nick Clegg, disse em uma coletiva de imprensa que, apesar dos cortes de gastos, a Meta ainda estava bem posicionadas para continuar lutando contra a desinformação, as campanhas de influência estrangeira e outros conteúdos problemáticos.

Agora, esse otimismo é posto à prova em meio às próximas demissões.

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Fachada do prédio da Meta
Meta passou mais de um ano melhorando sua infraestrutura dedicada à IA. Contudo, tecnologia não é capaz de se treinar sozinha para moderar conteúdo (Imagem: Shutterstock)

Como as demissões afetarão a Meta

  • Funcionários atuais e antigos que atuam com questões de confiança e segurança afirmaram que grandes cortes nas áreas de moderação de conteúdo podem prejudicar a capacidade da empresa de responder aos conteúdos problemáticos e de desinformação.
  • Segundo eles, esse corte pode impactar mais a Meta do que as demissões nas áreas de engenharia, por exemplo.
  • Ainda, isso pode tornar as plataformas controladas pela companhia, como o Facebook, Instagram e WhatsApp, mais inseguras e perigosas.
  • A situação piora já que, no ano que vem, os Estados Unidos e outros países do mundo passarão pelas eleições presidenciais; diversos governos já estão trabalhando em leis para moderação das mídias sociais.

Contexto das demissões

Os cortes da Meta fazem parte de um contexto maior: outras big techs, como Amazon, Google e Microsoft, estão demitindo funcionários em um cenário de redução de equipes frente às novas demandas pós-pandemia.

Ainda, a Meta enfrenta a concorrência do TikTok e da Apple, no que diz respeito à publicidade e regras de privacidade.

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No total, já foram mais de 21 mil funcionários demitidos.

Brian Fishman, que já liderou o combate ao terrorismo e as organizações de ódio nas redes da Meta, disse que a empresa costumava ser lenta demais para tomar decisões políticas importantes (Foto: Reprodução)

Política e segurança na Meta

  • As equipes de política e segurança na Meta, que devem ser afetadas pelo próximo corte, começaram a ser reforçadas após o escândalo Cambridge Analytica de 2018. No caso, uma consultoria política acessou os dados de milhões de usuários do Facebook.
  • Além disso, em 2016, quando a Rússia foi acusada de ter usado o Facebook para influenciar o resultado da eleição presidencial dos Estados Unidos, a Meta já havia começado o esforço em seu programa de moderação de conteúdos e verificação de fatos.
  • Segundo funcionários, agora, uma parcela de trabalhadores usam IA para tomar as decisões na empresa, mas é a massa de funcionários que desempenha o papel de responder às complexidades culturais e políticas.
  • É a equipe que, por exemplo, define o conteúdo que quebra regras, como discurso de ódio, e treinam os algoritmos para sinalizar esse tipo de postagem.
  • Com os novos cortes, a empresa terá menos pessoas para lidar com as ameaças emergentes ou as complexidades, e o tempo de resposta deve aumentar.

Com informações de Washington Post

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