Ciência e Espaço

Conheça o caixão ecológico de cogumelo

Uma startup holandesa chamada Loop Biotech desenvolveu um caixão feito de cogumelo que pode se degradar em menos de dois meses, oferecendo uma alternativa ecológica de sepultamento.

Segundo a empresa, a matéria-prima do caixão é o micélio, um conjunto de filamentos emaranhados encontrados na raiz dos cogumelos, que é combinado com fibra de cânhamo e ingredientes secretos para formar uma massa. 

Então, a mistura é despejada em um molde especial que, após uma semana, se transforma em uma estrutura que se parece basicamente com um casulo de bicho-da-seda em escala humana. Para finalizar, o caixão é forrado com uma camada de musgos.

Caixão “Loop Living Cocoon”, feito de cogumelos se assemelha a um casulo de bicho-da-seda em escala humana. Crédito: Loop Biotech

Em comparação com um caixão de madeira tradicional, que pode pesar de 80 kg a 300 kg, o “Loop Living Cocoon” é leve e arejado, não passando de 66 kg.

Dependendo das condições, um caixão comum leva dezenas de anos para se decompor na natureza. Já a versão de cogumelos se desfaz em seis semanas – enquanto também trabalha decompondo o corpo, acelerando o processo pelo qual a natureza pode absorver os nutrientes cadavéricos. 

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Empresa produz caixão e urna funerária para cinzas

Além dos caixões, que custam em torno de US$1.000 (pouco mais de R$5 mil), a empresa também oferece urnas do mesmo material para armazenar cinzas cremadas, por um preço médio de US$212 (algo em torno de R$1.070).

Além do caixão, a empresa também produz urnas funerárias para armazenamento de cinzas. Crédito: Loop Biotech

“Em vez de: ‘morremos, acabamos no solo e pronto’, agora há uma nova história: podemos enriquecer a vida após a morte e continuar a prosperar como uma nova planta ou árvore”, disse o fundador da empresa, Bob Hendrikx, à Associated Press. “Isso traz uma nova narrativa em que podemos fazer parte de algo maior do que nós mesmos”.

Para ele, os caixões e urnas da Loop Biotech estão “agregando valor em vez de poluir o solo”.

Atualmente, a empresa tem capacidade para desenvolver 500 caixões ou urnas por mês, que são distribuídos para toda a Europa. Até hoje, segundo Hendrikx, cerca de 100 enterros foram feitos com o “Casulo Vivo”, na Holanda, Alemanha e Bélgica.

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Esta post foi modificado pela última vez em 31 de maio de 2023 21:28

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Publicado por
Flavia Correia