Por incrível que pareça, os caracóis estão entre os cinco animais mais perigosos para os humanos na Terra. Enquanto espécies de água doce são ameaçadoras em razão de certas doenças que carregam, no oceano, os chamados caracóis-do-cone possuem arpões atados com um complexo coquetel de neurotoxinas que podem paralisar instantaneamente suas presas.

De acordo com um estudo publicado em janeiro deste ano no National Center for Biotechnology Information, o gênero “Conus” inclui mais de 500 espécies diferentes de caracóis predadores. 

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Embora os humanos não sejam uma presa pretendida por esses moluscos, mergulhadores podem inadvertidamente capturá-los com a intenção de registrar a recordação em fotos e vídeos – como fez recentemente uma família que passava férias em uma praia no Egito.

Felizmente, nada de grave aconteceu com a pessoa que manipulou o caramujo, conforme mostra o vídeo compartilhado na rede social Reddit no fim de semana. No entanto, um único animal da espécie Conus textile, por exemplo (o tipo que aparece nas imagens acima), tem veneno suficiente para ser capaz de matar até 700 pessoas. 

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Imagem de um caracol da espécie Conus textile, a mesma que aparece no vídeo publicado no Reddit, é comum de se encontrar no Mar Vermelho, que banha, além do Egito, também Arábia Saudita, Djibuti, Eritreia, Iêmen, Israel, Jordânia e Sudão. Crédito: Cigdem Cooper – Shutterstock

Veneno dos caracóis cônicos varia de espécie para espécie

Os caracóis cônicos variam em tamanho de 15 mm até 29 cm de comprimento. Embora alguns tenham hastes oculares, um apêndice chamado sifão é o método mais sensível de localização e captura de presas, que variam para cada espécie do gênero. Algumas se alimentam de vermes (vermívoros), outros de moluscos (moluscívoros) e os mais tóxicos para os seres humanos se alimentam de peixes (piscívoros). 

Todos eles são peçonhentos, mas cada espécie tem uma mistura própria de neurotoxinas para atuar nos respectivos tipos de presas que eles consomem.

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Uma pesquisa publicada no ano passado por cientistas da Universidade de Utah, nos EUA,  descobriu, no entanto, que, em duas espécies de caracóis cônicos, o veneno também contém grandes quantidades de uma forma única de insulina. Em todo o reino animal, esse hormônio é usado para regular o metabolismo, promovendo a remoção do excesso de glicose do sangue.

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A substância só foi detectada nos caracóis-de-cone-geográficos (Conus geographus) e nos caracóis-de-cone-tulipa (Conus tulipa), ambos caramujos caçadores de peixes. A insulina no veneno não é a mesma que esses moluscos predadores usam para regular seu próprio açúcar no sangue.

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