Os esforços governamentais para enfrentar a crescente ameaça de infecções resistentes a medicamentos ainda não são suficientes, segundo nova análise realizada por especialistas das universidades de Leeds (Inglaterra), Edimburgo (Escócia) e Hamburgo (Alemanha).
Os planos de ação nacionais para enfrentar a ameaça da resistência antimicrobiana (RAM) — que ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas param de responder aos medicamentos — foram desenvolvidos por mais de 100 países ao redor do planeta. Esses planos são focados na formulação de políticas para conter a RAM e na criação de ferramentas para aplicação prática.
Leia mais:
- Gripe aviária: China confirma primeira morte humana por tipo raro da doença
- Próxima pandemia? Gripe aviária preocupa comunidade médica global
- Inteligência artificial: conheça os pontos negativos e perigos da IA
A pesquisa realizada entre as universidades é pioneira a investigar a fundo esses planos, projetados após o incentivo da OMS (Organização Mundial da Saúde), ao declarar a RAM uma das dez principais ameaças à saúde pública.
Nossa análise mostrou que os países estavam altamente focados em projetar políticas de RAM e pensar em quais ferramentas seriam necessárias para implementá-las, mas geralmente não consideram como eles monitorariam e avaliariam o impacto desses esforços.
Jay Patel, principal autor da análise
“Isso sugere que a resposta internacional pode ser inadequada para atender à escala e gravidade da RAM. Isso é particularmente preocupante em países de baixa e média renda, onde as atividades do plano de ação geralmente carecem de financiamento sustentável — contando, em vez disso, com fundos de doadores estrangeiros e filantropos”, afirma o autor.
Entenda a resistência antimicrobiana
- A RAM diz respeito alterações em micróbios, particularmente bactérias, que torna ineficazes as medicações para tratar infecções;
- Ela surgiu como desafio definidor para a saúde pública global do século XXI;
- Em 2019, a RAM foi fator em 4,95 milhões de mortes em todo o mundo – o que representa mais da metade de óbitos por infecções bacterianas.
Em 2017, a OMS promoveu incentivos aos estados-membros para desenvolverem planos de ação nacionais, focados em estipular mecanismos para os países a lidarem com a RAM. A iniciativa resultou em plano coletivo que envolveu mais de 100 países.
Com informações de MedicalXpress
Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!