Não é incomum que organizações sem fins lucrativos (ONGs) cheguem em um lugar que consideram precisar de “conserto”, realizam algumas ações e vão embora. Maggie Grout, de 23 anos, queria fazer o oposto e, para isso, iniciou a ONG Thinking Huts, que constrói escolas com uma impressora 3D em Madagascar.

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Thinking Huts

A ONG começou há oito anos, com o objetivo de promover oportunidades através da educação. Para isso, a Thinking Huts torna acessível justamente o local a fazê-lo: as escolas, impressas em 3D.

Em 2022, a ONG construiu sua primeira escola 3D em Fianarantsoa, uma cidade do centro-sul de Madagascar.

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Agora, a organização está se preparando para lançar um campus completo impresso em 3D, apelidado de “Honeycomb”.

A estrutura da escola 3D pronta (Imagem: Thinking Huts)

Escolas 3D

As escolas 3D da Thinking Huts são construídas em muito menos tempo do que o normal: uma “cabana” leva apenas 18 horas para ficar pronta.

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Além disso, o investimento também é muito menor, custando de US$ 40 mil a US$ 50 mil. Porém, Grout pretende diminuir esse preço para cerca de US$ 20 mil por estrutura.

A própria impressora 3D também é acessível, já que se “dobra” para caber e ser transportada em contêineres portáteis.

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Como são as escolas

  • As escolas construídas no ano passado ficam na área urbana de Madagascar, mas o novo campus será localizado em uma área mais remota, que atende três vilarejos na região sudoeste da ilha. Por lá, vivem mais de 200 alunos de 4 a 16 anos.
  • O Honeycomb inicialmente terá três “cabanas”, como Grout chama as escolas, que terão um design de favos de mel, painéis solares, água potável, Wi-Fi e banheiros.
  • Em 2024, ela pretende expandir o projeto para oito escolas no campus.
  • Segundo Maggie Grout, foi após o primeiro projeto que ela aprendeu a logística da construção e da cadeia de abastecimento, e passou a “trabalhar em harmonia com a população local”.
Maggie Grout e a Thinking Huts ainda pretendem estender sua atuação em Madagascar (Imagem: Thinking Huts)

Por que Madagascar?

A fundadora da Thinking Huts considerou levar o projeto para mais países, mas se estabeleceu inicialmente em Madagascar por conta do difícil acesso ao sistema educacional. Em 2022, cerca de três em cada quatro crianças não frequentavam a escola por fatores como superlotação ou deslocamentos perigoso, segundo a Organização das Nações Unidas.

Além disso, a ilha recebe bem os estrangeiros.

Até as impressoras 3D podem ser transportadas, o que facilita a acessibilidade do projeto (Imagem: Thinking Huts)

Equipes locais

Com exceção dos professores que lecionam nas escolas, a ONG emprega equipes locais para a criação das instituições e respeita os métodos tradicionais de construção. Isso porque nem sempre os profissionais da educação têm a formação necessária no local.

Além disso, a Thinking Huts está trabalhando para implementar cursos técnicos em 3D para as equipes locais, com a intenção de gerar ainda mais empregos.

Segundo Grout, as ações para se aproximar da comunidade vão de encontro com a sua ideia de verdadeiramente atender às necessidades locais, ao invés de realizar iniciativas que não tenham impacto real no dia a dia.

E depois?

Após a finalização das escolas, a ONG vai ceder a administração a parceiros locais.

Pensamos nos impactos colaterais holísticos do que estamos fazendo. Nós realmente pretendemos ser um trampolim para [a comunidade] ser bem-sucedida por conta própria… Não queremos que eles dependam de nós.

Maggie Grout

Com informações de The Fast Company

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