“Nascimento virginal” identificado em crocodilo pela primeira vez

Durante muito tempo essa hipótese da partenogênese foi vista como algo que ocorria exclusivamente em cativeiro
Lucas Soares07/06/2023 13h55
crocodilo
A mãe do partenogênio era um crocodilo americano cativo na Costa Rica, mas provavelmente também está acontecendo entre animais selvagens.
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Pela primeira vez, crocodilos foram identificados realizando partenogênese, quando a fêmea consegue se reproduzir sem necessidade de um macho. Isso já havia sido visto em pássaros e em outros tipos de répteis, mas nunca em crocodilos.

A descoberta foi feita na Costa Rica e, de acordo com os pesquisadores, torna muito provável que os dinossauros também tivessem a capacidade de se reproduzir por meio dessa técnica.

Como foi a pesquisa com o crocodilo?

Basicamente, uma uma fêmea de crocodilo americano foi alojada em uma exposição pública sem nenhum crocodilo macho. Ela ficaria isolada por pelo menos 16 anos e, no entanto, quando pôs 14 ovos, sete deles pareciam férteis, mesmo sem a presença de um macho no local.

Os ovos permaneceram incubados por três meses, mas nenhum deles eclodiu. No entanto, uma análise do material foi capaz de confirmar que os crocodilos em desenvolvimento eram realmente partenogênicos, compostos de material genético exclusivamente de sua mãe.

O estudo publicado na Biology Letters identificou que nenhum filhote nasceu, o que significa que é necessário diversidade genética para que os fetos se desenvolvam. Mas com algumas espécies de cobras, a técnica já foi vista com sucesso. 

Com jibóias e pítons, tendemos a ver partenogênicos nascidos externamente saudáveis. Com as cobras venenosas, como cascavéis, cobras, etc, e as cobras d’água e as cobras-liga, vemos o contrário. A maioria dos partenogênicos são natimortos ou gravemente deformados

Principal autor, Warren Booth, ao IFLScience

Mas como isso se aplica aos dinossauros?

Acontece que durante muito tempo essa hipótese da partenogênese foi vista como algo que ocorria exclusivamente em cativeiro, como um instinto de sobrevivência de algumas espécies quando a reprodução não fosse possível.

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No entanto, nos últimos anos isso foi visto ocorrendo na natureza também. O cientista acredita que seja muito mais fácil verificar isso em  cativeiro porque há tratadores por perto para perceber quando ovos inesperados chegam.

“Este é um resultado muito legal, uma vez que agora encerra um grupo de vertebrados conhecido como arcossauros. Os primeiros membros deste grupo são os crocodilianos e os mais recentes são os pássaros. Entre eles estão os pterossauros e os dinossauros”, completou Booth,

A pesquisa agora segue para entender as particularidades dessa forma de reprodução nos crocodilos e em outros animais desse tipo.

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Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.