IA precisa de um corpo para pensar como ser humano? Pesquisa traz resposta

Para que a IA alcance o nível do pensamento e do aprendizado humano, a tecnologia precisaria imitar com precisão o nosso cérebro
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi 13/06/2023 13h54, atualizada em 14/06/2023 21h18
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Se a intenção é fazer com que a Inteligência Artificial (IA) se aproxime do cérebro humano, ela precisa de um corpo para acompanhá-la. Isso é o que mostra uma pesquisa da Universidade de Sheffield, na Inglaterra. Para que a tecnologia adquira uma cognição como a nossa, ela necessita de um corpo para interagir com o mundo ao redor, ter percepções e entendê-lo.

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Cérebro humano vs. IA

  • Segundo o estudo, publicado no periódico científico Science Robotics, para que a IA seja similar ao pensamento humano, ela precisa de um sistema parecido com o cérebro, ao invés de bases de dados.
  • Porém, um dos quesitos que impede a similaridade é a falta de fisicalidade da IA: diferente dos corpos humanos, que são ligados a um sistema físico que interage com os arredores, as máquinas não estão cientes do mundo que as rodeia.
  • Outro ponto é que o cérebro é organizado em subsistemas, em uma configuração chamada de arquitetura. Raramente isso é levado em conta no desenvolvimento de IAs.
  • Segundo os pesquisadores Tony Prescott e Stuart Wilson, do Departamento de Ciências da Computação da UoS, é por causa desses dois fatores, a fisicalidade e a organização, que o ser humano desenvolve a inteligência biológica, o que a IA não tem.
Inteligência Artificial e Cérebro Humano
Para se aproximar dos humanos, IA precisará de estímulos físicos (Foto: Reprodução)

Soluções

Assim, para aproximar a IA do pensamento humano, deve-se levar em conta as arquiteturas biológicas, que permitem que a tecnologia aprenda diante das experiências.

Avanços têm sido feitos nesse campo: o ChatGPT, por exemplo, apresenta um modelo neural que tem progredido em aprender a linguagem humana. Porém, para os cientistas, é improvável que as IAs consigam “pensar” por conta própria dessa forma.

IA também precisaria de estruturas semelhantes ao cérebro humano (Imagem: Sergey Tarasov/Shutterstock)

Fisicalidade

Já para a fisicalidade, há diferentes formas de proporcionar experiências físicas à IA que não envolvem um robô humanóide.

Sensores, como câmeras e microfones, e atuadores, como rodas e pinças, podem ser alternativas para dar à tecnologia sensações humanas e permitir que elas aprendam como nós.

De acordo com os cientistas, a IA só vai verdadeiramente avançar no sentido se aproximar do pensamento humano quando conseguir imitar com precisão como o cérebro se desenvolve e evolui.

Com informações Science Robotics

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Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.