Covid-19 pode acelerar doenças cerebrais; indica estudo

Os pesquisadores investigaram pacientes com demências preexistentes e que tiveram a Covid-19 para chegar à conclusão
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi 14/06/2023 18h56, atualizada em 08/08/2025 16h47
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Crédito: Atthapon Raksthaput - Shutterstock
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Um estudo da Índia e da Espanha descobriu que uma das consequências tardias da Covid-19 pode ser a aceleração da deterioração cognitiva, ou seja, a maior propensão a doenças cerebrais. Os pesquisadores investigaram 14 pacientes com demências preexistentes para chegarem à conclusão.

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Estudo

A pesquisa, publicada no repositório PudMed, analisou o comprometimento cognitivo de 14 pacientes que já tinham demências, como Alzheimer, doença cerebrovascular, degeneração frontotemporal e Parkinson.

Eles apresentaram uma aceleração dessas doenças cerebrais um ano após terem sido diagnosticados com Covid-19.

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As acelerações por conta da Covid-19 podem não ser reversíveis (Imagem: patrice6000/Shutterstock)

Combinação da Covid-19 com doenças cerebrais

  • A consequência da Covid-19 se junta a muitas outras já relatadas.
  • Dessa vez, há uma associação de fatores: preexistência da demência, contração do coronavírus e o longo isolamento social durante o período da pandemia.
  • Para o professor Orestes Forlenza, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, com especialização em Psiquiatria Geriátrica pela Universidade de Londres, é importante encarar a Covid-19 não só como uma doença pulmonar, mas também sistêmica.
  • Isso porque o vírus não afeta só o pulmão, mas todo o corpo, até o cérebro humano.
  • Dependendo do caso, a aceleração pode ou não ser reversível.
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Covid-19 acelera os danos cerebrais já existentes (Imagem: shutterstock/PopTika)

Impactos tardios da Covid-19

Forlenza destaca que as consequências tardias da Covid-19 devem ser investigadas e conscientizadas.

Ele comentou que até 50% das pessoas infectadas podem ter queixas cognitivas persistentes de diversos tipos. Elas podem ser tanto neurológicas quanto psiquiátricas, como sintomas depressivos, ansiosos e outros.

Com informações de PubMed e Jornal da USP

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Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.