Na manhã desta sexta-feira (16), moradores de algumas cidades do interior e litoral de São Paulo relataram tremores de terra. O Google enviou notificações sobre a ocorrência de terremoto nas proximidades dos usuários do sistema Android.

Segundo o alerta, na cidade de Miracatu, no Vale do Ribera, a magnitude estimada do terremoto, registrado às 8h22 (horário de Brasília) era de 4,7. Imagens de câmeras de segurança que mostram o momento do abalo circulam nas redes sociais.

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Por volta do meio-dia, a informação foi corrigida pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), apontando para 4 graus.

Segundo reportado pelo Governo do estado via Twitter, o epicentro do tremor foi no município de Iguape, e ele pode ter sido sentido em um raio de até 100km dali. “Abalos entre 3,5° a 5,4° são sentidos, no entanto, não costumam gerar grandes abalos estruturais”, diz a publicação.

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Dados do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) também apontam um tremor de magnitude 3,9 em Itariri, a 33 km de Miracatu.

Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros se colocaram à disposição para chamados de emergência. Eles orientam a população a monitorar sinais de alteração estrutural e acionar os órgãos pelos telefones 193 (Bombeiros) ou 199 (Defesa Civil).

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Leia mais:

Alerta de terremotos do Sistema Android

Conforme explica o blog Google Discovery, telefones Android são equipados com o Android Earthquake Alerts System, que permite que usuários de todo o mundo se tornem parte de uma rede de detecção de terremotos.

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Ao usar o acelerômetro dos telefones, o sistema é capaz de detectar o movimento e enviar informações de localização aproximadas para o servidor de detecção de terremotos do Google.

Terremotos no Brasil

Há pouco mais de um ano, um terremoto de 6,6 graus na escala Richter atingiu o Acre, mais especificamente nas cidades de Tarauacá e Feijó, na divisa com o Peru. O fenômeno foi observado pelo Serviço Geológico dos EUA (USGS), e, embora tenha sido de grandes proporções, não foram registradas graves consequências.

Segundo dados oficiais de monitoramento sismológico, esse foi o segundo maior terremoto sentido na história do país, com o primeiro deles, de magnitude 6,6 tendo ocorrido em 1955, na Serra do Tombador, Mato Grosso. Como a área era pouco habitada, não houve fatalidades.

O que é a escala Richter, que classifica os terremotos

A escala Richter é a base que define a magnitude dos terremotos, dando uma noção exata sobre o potencial dos abalos sísmicos que acontecem na litosfera – uma camada com cerca de 100 km de espessura em média, formada pela crosta e o manto terrestre (saiba mais sobre as camadas do planeta neste texto).

Conforme explicado no site Mundo Educação, do UOL, o cálculo da Escala Richter costuma estar associado à distância do hipocentro (ponto exato do tremor no subsolo) ao epicentro (ponto em que o tremor é sentido mais fortemente na superfície), além do tempo de manifestação e a sua amplitude. 

No entanto, para casos em que os terremotos ocorrem em grandes profundidades, há outros meios de cálculo, tendo em vista que suas consequências na superfície, conforme mencionado acima, são, geralmente, pequenas.

De modo geral, podemos considerar como graves os abalos sísmicos acima de 6.

Escala Richter:

  • Magnitude menor que 2: tremores captados apenas por sismógrafos (aparelho que registra os movimentos do solo);
  • Magnitude entre 2 e 4: impacto semelhante à passagem de um veículo grande e pesado;
  • Magnitude entre 4 e 6: capacidade de quebrar vidros, provocar rachaduras nas paredes e deslocar móveis;
  • Magnitude entre 6 e 7: causa danos em edifícios e destruição de construções frágeis;
  • Magnitude entre 7 e 8: causa danos graves em edifícios e grandes rachaduras no solo;
  • Magnitude entre 8 e 9: provoca a destruição de pontes, viadutos e quase todas as construções;
  • Magnitude maior que 9: provoca a destruição total com ondulações visíveis.

A escala não é linear, mas logarítmica: para cada unidade que sobe, o movimento do solo aumenta 10 vezes, e a energia liberada sobe 32 vezes. Wendy Bohon, geóloga de terremotos e divulgadora científica, compara isso com quebrar fios de espaguete. 

“Se quebrar um fio de espaguete é o equivalente a um terremoto de magnitude 5, você teria que quebrar 32 fios para liberar a energia de um terremoto de magnitude 6”, disse ela. “Nesta escala de espaguete, uma magnitude 7 é como 1.024 fios quebrando, uma magnitude 8 é como 32.768 fios, e uma magnitude 9 é como 1.048.576 fios”.

Como mostra o exemplo dado pela cientista, a diferença entre um terremoto de magnitude 8 e um de magnitude 9, em termos de energia liberada, é muito maior do que a diferença entre um terremoto de magnitude 5 e uma magnitude 6.

Assim, aumentar a magnitude de um terremoto de 9,5 para 9,6 leva muito mais tempo a uma falha de área a quebrar do que variar entre uma magnitude 5,5 e 5,6.

Há, é claro, catástrofes planetárias que teoricamente poderiam levar a terremotos muito massivos: uma colisão com um asteroide, por exemplo – alguns cientistas acham que o impacto de asteroide que matou os dinossauros não-aviários há 66 milhões de anos desencadeou terremotos com magnitudes de dois dígitos, embora seja complicado certificar o tamanho.

“Em escalas de tempo de bilhões de anos, a Terra certamente poderia ver tal desastre”, disse Houston. “Mas as chances de algo maior do que os 9 médios em magnitude dentro de uma expectativa de vida humana são muito baixas”. 

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