Após informações da Guarda Costeira dos EUA de que captaram ruídos semelhantes a batidas durante as buscas do submarino Titan, que foi aos destroços do Titanic, surge a notícia de que os passageiros podem estar seguindo protocolo de resgate.

Por volta das 14h (horário de Brasília) desta quarta-feira (21), o capitão Frederick, envolvido nas buscas, informou que a aeronave canadense P-3 também ouviu ruídos nesta quarta-feira (21).

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  • Contudo, Carl Hartsfield, do Woods Hole Oceanographic Institution, afirmou que é muito difícil entender qual é o tipo de ruído;
  • A equipe tem “vários sensores na área, levando os dados de volta para as melhores pessoas do mundo e transmitindo-os à equipe para poderem tomar decisões”;
  • “Eles têm que eliminar potenciais fontes artificiais além de Titan”, concluiu;
  • As operações de resgate foram concentradas nos ruídos, mas nada foi encontrado até o momento;
  • O suprimento de oxigênio das cinco pessoas presas ao Titan está previsto para acabar às 6h (horário de Brasília) desta quinta-feira (22), tornando as próximas horas críticas.

Protocolo

Os ruídos teriam sido ouvidos em intervalos de meia hora durante quatro horas na terça-feira (21).

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Especialistas em águas profundas afirmaram à BBC ser difícil determinar o que tais ruídos podem ser sem analisar os dados. Contudo, existe a possibilidade de que sejam ruídos curtos, agudos e de frequência relativamente alta e feitos de dentro do submarino.

Frank Owen, do Submarine Institute of Australia, afirmou que segue confiante, com base nas informações disponíveis até o momento, de que os sons vêm do Titan. “Se houve intervalo de 30 minutos, é muito improvável que seja algo além de humano”, informou à BBC.

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Entre os cinco homens que estão na embarcação, os ruídos podem estar sendo produzidos por Paul-Henry Nargeolet, 77, ex-mergulhador da marinha e grande explorador, segundo Owen. “Ele conheceria o protocolo para tentar alertar as forças de busca… Toda hora e a cada meia hora, você bate freneticamente por três minuto”, pontuou.

Todavia, em buscas, como as do voo MH370, da Malaysian Airlines, desaparecido em 2014, e do submarino russo Kursk, em 2000, ruídos subaquáticos também foram interceptados, mas não produziram resultados.

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Além disso, Mauger indicou que existem diversos objetos de metal no local do naufrágio do Titanic que podem estar causando tais ruídos.

Owen, porém, alimenta as esperanças, pois os sons foram captados pelas boias que ficam na região do Titanic, submerso a 3,8 mil metros. Todos os tipos de radiação magnética, inclusive rádio e radar, são quase que totalmente inúteis embaixo d’água, porém, o som pode viajar rapidamente por grandes distâncias.

Owen pontuou ser possível que os ruídos das camadas oceânicas profundas cheguem às boias, mas que é mais provável que eles venham da mesma camada. “É muito difícil ouvir o ruído da camada [superior] porque o som é refratado pela queda de temperatura. Mas quando está naquela camada isotérmica… entre a superfície e 1,80 m… o som se comporta de maneira bem direta.”

Ele afirmou ainda que, caso os sons estão mesmo vindo do Titan, os socorristas seriam capazes de encontrá-lo bem rapidamente. “[Eles podem] colocar padrão de boias em torno dessa área, para poderem obter localização cruzada. O receptor das sonoboias é capaz de traçar esse tipo de informação muito rapidamente… levaria muito pouco tempo para encontrá-lo.”

Mas, até a escrita desta reportagem, a Guarda Costeira dos EUA indicou que os veículos subaquáticos enviados para encontrar de onde os ruídos estão vindo não encontraram nada por ora.

Teorias

Até agora, a profundidade da embarcação ou os problemas enfrentados por ele segue desconhecidos.

Mas, entre as teorias, uma delas é a de que o Titan não afundou, mas que esteja na superfície. “É bem possível que o submarino esteja na superfície em algum lugar e ainda não tenha sido encontrado”, disse David Russell, ex-oficial da Marinha Real que ajudou a procurar o Kursk, à BBC.

Caso ele esteja na camada superior do oceano, sua recuperação seria bem rápida; mas, se estiver em níveis mais profundos – como a teoria de que ele estaria junto ao Titanic -, a tarefa seria bem mais complexa.

“Estamos falando em trazê-lo de volta à superfície usando algum tipo de drone sofisticado para prender fios e cordas à embarcação e, em seguida, puxá-lo para cima ou colocá-lo em um guindaste”, disse Russell. “Já fizemos esse tipo de coisa antes, embora nunca – até onde eu saiba – com esse tipo de profundidade.”

Owen indicou que tal operação, complexa por si só, exigiria equipamentos que, até o momento, estão indisponíveis na região das buscas.

O “centro nervoso” do resgate está sediado em Boston, Massachusetts, EUA. Agências marinhas e empresas comerciais de águas profundas estadunidenses e canadenses ajudam na operação.

Na área de busca, estão aviões militares, um submarino e diversos navios, sendo aqui equipados com ROVs subaquáticos (veículo operado remotamente), só que estes serão mais úteis na coleta de dados, afirmou Owen. “Você precisa de equipamento pesado para trazer algo assim. Mesmo abaixar o cabo extra que você vai engatar precisa de um enorme guincho próprio, porque você está falando provavelmente de 5 a 6 km de fio”, complementou.

Com informações de BBC

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