Nesta terça-feira (20), por volta da 1h10 da manhã (pelo horário de Brasília), o Sol sofreu uma erupção solar que se enquadra na classe mais violenta que existe, causando um apagão de rádio temporário em boa parte do continente americano.

No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia. À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de energia.

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A erupção solar da mancha AR3341 sob a leitura do instrumento AIA (Atmopheric Imaging Assemby) do Observatório de Dinâmicas Solares (SDO) da NASA. Crédito: SDO/AIA

De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela. Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do último.

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Essas erupções enviam partículas carregadas de radiação solar à incrível velocidade de 1,6 milhão de km/h, podendo atingir até mais nos casos de sinalizadores de maior classificação. Normalmente, levam alguns dias para chegar à Terra, quando direcionadas para o nosso planeta.

Elas podem afetar as comunicações de rádio de alta frequência (HF), redes de energia elétrica, sinais de navegação e representar riscos para espaçonaves e astronautas.

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Segundo divulgado pela agência no Twitter, o evento de terça-feira se classifica como uma erupção X.1. A explosão foi registrada pelo Observatório de Dinâmicas Solares (SDO) da NASA, que observa o Sol constantemente desde 2010.

O que é uma erupção solar de classe X

“A classe X denota as chamas mais intensas, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força”, explicou a agência em um comunicado. “Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente. Sinalizadores classificados como X10, os mais fortes, são incomumente intensos”.

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Em média, erupções solares dessa magnitude ocorrem cerca de 10 vezes por ano e são mais comuns durante o máximo solar do que o mínimo solar. Se a explosão solar for eruptiva e ocorrer perto do centro do disco solar voltado para a Terra, ela pode causar uma forte e duradoura tempestade solar e liberar uma ejeção de massa coronal significativa que pode causar uma tempestade geomagnética de grau severo (G4) a extremo (G5) no planeta.

Segundo a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, a erupção recente se originou em uma nova mancha solar, denominada AR3341. Como estava direcionada para a Terra, a radiação da explosão podia atingir nosso planeta.

E foi exatamente o que aconteceu. O poderoso jato ionizou o topo da atmosfera terrestre, provocando a interrupção nas comunicações por rádio. Aviadores e operadores de rádio amador podem ter notado perda de sinal em frequências abaixo de 30 MHz por até 45 minutos após o disparo do flare.

Além do SDO, a NASA mantém outras espaçonaves para observar o Sol e nosso ambiente espacial incessantemente, analisando desde a atividade da estrela até a atmosfera solar, e também as partículas e campos magnéticos no espaço ao redor da Terra.

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