Uma pesquisa realizada em Harbin Medical University, na China, analisou a forma que o sentimento de solidão e o isolamento social afetam a qualidade de vida das pessoas. Muito além do debate social sobre liberdade versus solidão, o estudo investigou quais são as consequências reais desse sentimento ao longo dos anos, e apontou até uma redução na expectativa de vida.
O que você precisa saber
- Como um parâmetro de análise, os pesquisadores determinaram as diferenças entre o isolamento social e a solidão.
- Nessa métrica, o isolamento social é determinado quando o indivíduo não mantém contato com outras pessoas.
- Já o sentimento de solidão se refere à sensação de estar sozinho, mesmo que em muitas vezes, tenha contato contínuo com outras pessoas.
- Embora o isolamento e a solidão possam se sobrepor, eles nem sempre estão juntos.
- Durante essa pesquisa, a equipe liderada por Maoqing Wang foi responsável por revisar cerca de 90 estudos, que incluíram mais de 2,2 milhões de pessoas de todo o mundo.
- Os pacientes envolvidos que relataram estar socialmente isolados (e se sentiam solitários) eram mais propensos a morrer de diferentes causas, incluindo câncer.
- O isolamento social também é associado ao risco de mortes por doenças cardíacas.
Publicado na Nature Human Behavior, o estudo teve um certo nível de limitação, considerando que os determinantes de solidão e isolamento social não consideraram muitas variáveis. Além disso, foram utilizados somente dados de países de alta renda — portanto, não são aplicáveis em regiões que enfrentam outros cenários de desenvolvimento financeiro.
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“Um indivíduo pode ser solitário e não isolado, e isolado e não solitário”, afirma Julianne Holt-Lunstad, diretora do Laboratório de Conexão Social e Saúde da Universidade Brigham Young. “Esses dados sugerem que o isolamento é o [risco] mais forte dos dois”.
Também devemos nos concentrar no isolamento objetivo. Ouço repetidamente pessoas diminuindo a importância do isolamento […] Não podemos assumir que o isolamento é bom para nós, mesmo que o escolhamos ou prefiramos. Esses dados de 90 estudos sugerem que o isolamento aumenta significativamente nosso risco de morte precoce.
Julianne Holt-Lunstad
Com informações de MedicalXpress
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