Solidão pode reduzir a expectativa de vida, aponta estudo

Solidão e isolamento não são sinônimos, mas podem caminhar juntos. E várias doenças estão ligadas a essa relação
Por Alisson Santos, editado por Bruno Capozzi 26/06/2023 18h04
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Idosa em imagem sobre solidão / ;Imagem: Reprodução
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Uma pesquisa realizada em Harbin Medical University, na China, analisou a forma que o sentimento de solidão e o isolamento social afetam a qualidade de vida das pessoas. Muito além do debate social sobre liberdade versus solidão, o estudo investigou quais são as consequências reais desse sentimento ao longo dos anos, e apontou até uma redução na expectativa de vida.

O que você precisa saber

  • Como um parâmetro de análise, os pesquisadores determinaram as diferenças entre o isolamento social e a solidão.
  • Nessa métrica, o isolamento social é determinado quando o indivíduo não mantém contato com outras pessoas.
  • Já o sentimento de solidão se refere à sensação de estar sozinho, mesmo que em muitas vezes, tenha contato contínuo com outras pessoas.
  • Embora o isolamento e a solidão possam se sobrepor, eles nem sempre estão juntos.
  • Durante essa pesquisa, a equipe liderada por Maoqing Wang foi responsável por revisar cerca de 90 estudos, que incluíram mais de 2,2 milhões de pessoas de todo o mundo.
  • Os pacientes envolvidos que relataram estar socialmente isolados (e se sentiam solitários) eram mais propensos a morrer de diferentes causas, incluindo câncer.
  • O isolamento social também é associado ao risco de mortes por doenças cardíacas.

Publicado na Nature Human Behavior, o estudo teve um certo nível de limitação, considerando que os determinantes de solidão e isolamento social não consideraram muitas variáveis. Além disso, foram utilizados somente dados de países de alta renda — portanto, não são aplicáveis em regiões que enfrentam outros cenários de desenvolvimento financeiro.

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“Um indivíduo pode ser solitário e não isolado, e isolado e não solitário”, afirma Julianne Holt-Lunstad, diretora do Laboratório de Conexão Social e Saúde da Universidade Brigham Young. “Esses dados sugerem que o isolamento é o [risco] mais forte dos dois”.

Também devemos nos concentrar no isolamento objetivo. Ouço repetidamente pessoas diminuindo a importância do isolamento […] Não podemos assumir que o isolamento é bom para nós, mesmo que o escolhamos ou prefiramos. Esses dados de 90 estudos sugerem que o isolamento aumenta significativamente nosso risco de morte precoce.

Julianne Holt-Lunstad

Com informações de MedicalXpress

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Alisson Santos
Redator(a)

Alisson Santos é estudante de jornalismo pelo Centro Universitário das Américas (FAM). Atualmente é redator em Hard News no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.