Cientistas e chefs de cozinha trabalham para revolucionar a tecnologia de alimentos. A ideia é determinar o que os astronautas comerão em missões espaciais que os levarem para longe da Terra por anos para manter sua saúde física e mental.

Para quem tem pressa:

  • Uma equipe com cientistas e um chef de cozinha usa “neurogastronomia” para montar cardápio que acompanharia missões espaciais longas;
  • Eles exploram a percepção humana do sabor e como o cérebro usa dados sensoriais para experimentar (e lembrar) os alimentos;
  • O desafio está em aumentar a produção de alimentos para sustentar uma tripulação de vários indivíduos para estadias no espaço por mais de alguns meses;
  • Outro aspecto crucial da pesquisa de alimentos para astronautas é entender como o ambiente de microgravidade do espaço afeta o processo digestivo.

Trabalhando com a iniciativa Humanity in Deep Space (“Humanidade nas Profundezas do Espaço”, em tradução livre), o chef Bob Perry, da Universidade de Kentucky (EUA), matuta receitas considerando a experiência gastronômica dos astronautas – além da nutrição, claro – em missões espaciais mais longas.

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Cardápio para missões espaciais

Astronauta mexendo com comida durante uma das missões espaciais na EEI
(Imagem: NASA)

Para fazer isso, a equipe está considerando a percepção humana do sabor e como o cérebro faz uso de dados sensoriais para experimentar e lembrar os alimentos.

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Este estudo, chamado de gastronomia neurológica – ou “neurogastronomia” – permite que o “fator humano” seja considerado ao pensar na saúde e nutrição dos astronautas.

Essa área examina a relação entre os humanos, a comida que comem e de onde vem a comida. E isso pode ser aplicado aos aspectos práticos de comer durante uma viagem pelas profundezas do espaço.

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Uma das principais preocupações é o impacto psicológico nos astronautas durante missões espaciais de longa duração. Através de pesquisas pioneiras e experimentos de voo, a neurogastronomia explora várias áreas fascinantes.

Bob Perry, coordenador do laboratório de alimentos da Faculdade de Agricultura, Alimentos e Meio Ambiente do Reino Unido e fundador da Sociedade Internacional de Neurogastronomia

O membro fundador da Humanity in Deep Space, Kris Kimel, disse que uma viagem da Terra para Marte levaria cerca de sete meses em cada sentido. E os astronautas devem passar cerca de um ano por lá investigando o planeta. Isso significa que os exploradores de Marte podem passar entre dois e três anos longe dos confortos domésticos da Terra.

Segundo Kimel, que é graduado da Faculdade de Serviço Social do Reino Unido, entender a relação entre o cérebro, o intestino e os efeitos de longo prazo do voo espacial é crucial. “Cultivar alimentos durante a viagem torna-se uma necessidade”, acrescentou

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Desafios

Estação Espacial Internacional no espaço com a Lua ao fundo
(Imagem: ESA)

Os membros da tripulação da EEI (Estação Espacial Internacional) já experimentaram o cultivo de alface e outras culturas. Mas o desafio está em aumentar a produção para sustentar uma tripulação de vários indivíduos para estadias no espaço por mais de alguns meses.

Outro aspecto crucial da pesquisa de alimentos para astronautas é entender como o ambiente de microgravidade do espaço afeta o processo digestivo e as comunidades de microorganismos que vivem no estômago  —  o microbioma do intestino.

Examinar a saúde intestinal através das lentes da neurogastronomia pode ajudar a desenvolver dietas especialmente adaptadas para astronautas que otimizam o número de nutrientes que absorvem enquanto estão nas profundezas do espaço.

Com informações da Universidade de Kentucky

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