Um estudo publicado pelo Journal of Experimental Psychology: General aponta que exercitar um segundo idioma pode gerar diversos benefícios contra falsas memórias. Isso se deve ao nível mais alto de monitoramento de memória quando se está diante de uma língua diferente.

Desenvolver novo idioma requer atenção maior sobre o poder cerebral necessário para evitar erros linguísticos. Os pesquisadores da University of Chicago (UChicago), EUA, responsáveis pelo estudo, apontam que isso acontece porque nesses casos é utilizado sistema de raciocínio diferente — menos automático e instintivo.

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“Quando você está usando um segundo idioma, isso ativa essa mentalidade de ser mais cuidadoso com seus julgamentos e tomada de decisões”, diz David Gallo, líder do Laboratório de Pesquisa de Memória da UChicago. “Você pode nem estar ciente de que está fazendo isso.”

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Isso vai contra a ideia de que, só porque você está usando uma língua estrangeira, não significa que todas as decisões que você tomar serão piores.

Leigh Grant, principal autor da pesquisa

Testes criaram falsas memórias

Para comprovar essa tese, os pesquisadores desenvolveram duas atividades envolvendo falsas memórias em um grupo de voluntários. Saiba como funcionaram:

  • O primeiro teste contou com participação de 120 falantes nativos de chinês mandarim que tinham o inglês como segunda língua;
  • Eles receberam lista de palavras nos dois idiomas, e, quando foram questionados sobre elas, alguns sinônimos foram citados — mesmo sem estar na lista;
  • A equipe relatou que isso acontece como um tipo de atração, onde o cérebro preenche por associação.

“Descobrimos que as pessoas eram menos propensas a se lembrar falsamente dessas palavras ausentes se fossem apresentadas em seu idioma secundário em comparação com o idioma nativo”, relata Gallo.

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Já o segundo teste analisou a forma que a memória de algo é alterada por informações que você aprende depois. O grupo de voluntários assistiu um vídeo mudo sobre um crime. Em seguida, o mesmo vídeo foi apresentado com os áudios nas duas línguas. Como resultado, os participantes relataram falsas memórias na exibição de seu próprio idioma.

“Na verdade, descobrimos que quando as pessoas obtêm informações enganosas em sua língua estrangeira, elas têm mais chances de captá-las do que quando obtêm em sua língua nativa”, disse Grant.

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Com informações de MedicalXpress

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