Submarino quente como a superfície do Sol? Entenda a confusão em torno do Titan

Um video viralizou nas redes sociais dizendo que quando o submarino implodiu, seu interior ficou tão quente quanto a superfície do Sol
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 30/06/2023 08h04, atualizada em 30/06/2023 13h09
Submarino Titan, que sumiu perto do Titanic, debaixo d'água, visto de lado
(Imagem: Reprodução/OceanGate)
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O caso do submarino Titan que visitava os destroços do Titanic continua rendendo alguma confusão, mesmo depois que a morte dos tripulantes foi anunciada na semana passada. O debate gira em torno de um vídeo que viralizou no TikTok e no Twitter que aponta que durante a implosão o interior do submersível estava tão quente quanto a superfície do Sol.

A Guarda Costeira dos Estados Unidos ainda está investigando porque a implosão aconteceu, mas isso não impediu que especulações fossem realizadas.

O casco aqueceria imediatamente o ar no submarino em torno da superfície da temperatura do Sol, quando uma parede de metal e água do mar esmagou uma ponta do barco na outra, tudo em cerca de 30 milissegundos.

Legenda do vídeo no Tik Tok

A dúvida que fica é, o interior do submarino realmente ficou tão quente quanto a superfície do Sol? Os tripulantes morreram de calor?

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Tripulantes morreram de calor?

Bem, a resposta é não. Implosões geram calor, mas as temperaturas no submarino da Ocean Gate não chegariam nem perto de serem tão quentes quanto a da superfície solar, a qual é de 5500 °C.

Além disso, a energia térmica produzida pela implosão da superfície metálica seria apenas teórica devido ao atrito do ar, de acordo com o engenheiro mecânico e marítimo Jasper Graham-Jones, em resposta à NewsWeek. Mas isso aconteceria em um nível tão baixo, que acabaria que o calor não poderia ser perceptível ou mensurado com a enorme quantidade de água fria ao seu redor.

O vídeo que alcançou até mesmo o The New York Post chegou a fazer com que muitos internautas pensassem que os tripulantes teriam morrido de calor, mas isso é praticamente impossível. As implosões são muito violentas e liberam grandes quantidades de energia, assim, os cinco ocupantes morreram instantaneamente, sem sentir dor ou sequer perceber o que os atingiu.

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Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.