O governo do Japão pretende iniciar a liberação da água radioativa tratada da usina nuclear de Fukushima em agosto, segundo informações do jornal Nikkei. A decisão foi tomada após a aprovação do plano pela Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU).
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Após uma análise de dois anos, a AIEA disse que os planos do Japão eram consistentes com os padrões globais de segurança e que teriam um “impacto radiológico insignificante para as pessoas e o meio ambiente”. Funcionários da agência devem monitorar a liberação no Oceano Pacífico.
Últimos passos antes da liberação
- Ainda de acordo com a imprensa do país, a Autoridade de Regulação Nuclear do Japão deve certificar o equipamento a ser usado no processo até, no máximo, a sexta-feira (07).
- Os membros do órgão já reconheceram que os padrões de segurança exigidos foram respeitados.
- Com a emissão do documento, será dado o sinal verde definitivo para o descarte da água radioativa.
Processo é seguro, diz Japão
- O governo do Japão garante que o processo é seguro, uma vez que a água, suficiente para encher 500 piscinas olímpicas e usada para resfriar as barras de combustível da usina de Fukushima, destruída após ser atingida por uma tsunami e um terremoto em 2011, foi totalmente tratada.
- As autoridades japonesas afirmam que a água foi filtrada para remover a maioria dos elementos radioativos, exceto o trítio, um isótopo de hidrogênio que é difícil de separar da água.
- A água tratada será diluída até ficar bem abaixo dos níveis de trítio aprovados internacionalmente antes de ser liberada no Pacífico.
- No entanto, o plano ainda gera fortes contestações dentro e fora do país.
Liberação da água radioativa ainda é motivo de contestação
- Os sindicatos de pescadores japoneses reclamam que a liberação da água colocaria em risco todo o trabalho de reparação da reputação do país depois que vários governos estrangeiros proibiram alguns produtos alimentícios do Japão.
- Uma petição reuniu mais de 250 mil assinaturas contrárias ao plano do governo do Japão.
- Alguns países vizinhos também alertam para as ameaças ao meio ambiente marinho e à saúde pública.
- Por meio de sua embaixada no Japão, o governo da China disse que o relatório da AIEA não pode ser um “passe” para a liberação da água e pediu a suspensão do plano.
- “Se o lado japonês está empenhado em seguir seu próprio caminho, ele deve arcar com todas as consequências”, disse o Ministério das Relações Exteriores da China em um comunicado, acrescentando que “lamenta” a “divulgação precipitada” do relatório da Agência Internacional de Energia Nuclear.
- Nesta terça-feira (04), Pequim ainda criticou a comparação do Japão entre os níveis de trítio na água tratada e na água residual e afirmou que a explicação estava “confundindo completamente os conceitos e enganando a opinião pública”.
- Em resposta, as autoridades japonesas disseram que fizeram várias e repetidas tentativas de explicar a Pequim a ciência por trás da postura de Tóquio, mas que todas as alegações foram ignoradas pelo país vizinho.
Com informações de Nikkei.
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