A agência Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, deve conceder aprovação completa para o remédio lecanemab, conhecido comercialmente como Leqembi. O medicamento, desenvolvido pelas farmacêuticas Biogen e Eisai, conseguiu retardar o avanço do Alzheimer em pacientes com diagnóstico precoce da doença.

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Os pesquisadores identificaram, durante os estudos científicos da fase 3 da medicação, uma desaceleração do declínio cognitivo em 27% dos pacientes. Os testes duraram 18 meses e contaram com a participação de 1,7 mil voluntários.

No cérebro, o lecanemab elimina o acúmulo de placas amiloides associadas com os problemas cognitivos.

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Em janeiro deste ano, a FDA aprovou o uso do medicamento contra o Alzheimer por meio de um processo de análise acelerada. No entanto, as empresas de planos de saúde recorreram da decisão, solicitando uma análise mais abrangente sobre o fármaco.

Como o medicamento funciona?

  • Administrado por infusão intravenosa, o lecanemab é um tipo de anticorpo sintético, capaz de promover uma “limpeza” das placas que se formam no cérebro.
  • Essas placas são constituídas pelo acúmulo das proteínas beta-amiloides na região, uma espécie de gosma pegajosa relacionada com a doença do Alzheimer.
  • O uso dos anticorpos sintéticos na medicação faz parte do avanço da tecnologia e do uso dela na medicina.
  • Atualmente, existem diversas terapias para pacientes com câncer em estágio avançado.

Quem poderá usar o remédio?

  • Se aprovado de forma definitiva, o remédio poderá ser prescrito apenas para pacientes com formas iniciais da doença de Alzheimer, ou seja indivíduos com comprometimento cognitivo leve ou demência inicial.
  • Para isso, é necessário um exame de imagem que confirme que essas pessoas estejam, de fato, com placas beta-amilóides em seus cérebros.
  • A medicação poderá ser usada por cerca de um sexto dos mais de 6 milhões de norte-americanos atualmente diagnosticados com Alzheimer no país.
  • No entanto, segundo Lawrence Honig, professor de neurologia da Universidade Columbia, o uso do lecanemab para mais pessoas no futuro não está descartado:
  • “Não é que saibamos que não é bom para pessoas com doença moderada ou grave. Apenas não sabemos”.

Efeitos adversos e valor

  • Os pacientes que fizerem uso do medicamento devem ser regularmente monitorados por exames de imagem, que avaliam se a medicação continua a ser segura no cérebro.
  • Nos estudos clínicos, foi possível observar que 13% dos participantes apresentaram inchaço ou sangramento cerebral (hemorragias).
  • As farmacêuticas ainda não deram entrada no processo de aprovação do medicamento contra o Alzheimer no Brasil e não existe nenhum tipo de previsão oficial para que isso aconteça.
  • Nos Estados Unidos, o tratamento com Leqembi deve custar cerca de US$ 26.500, o equivalente a R$ 130 mil.

Com informações da CBS.

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