Um estado americano pode ser o primeiro a tomar uma decisão em prol da proteção dos dados dos cidadãos. Os legisladores de Massachusetts estão avaliando uma lei para a proibição total da compra e venda de dados de localização de dispositivos móveis, uma medida única no país e que pode parar uma indústria bilionária.

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Proteção da privacidade dos usuários

  • As discussões para aprovação do projeto de lei Location Shield Act, como a medida foi chamada, começaram em junho nos Estados Unidos.
  • O texto sugere reduzir drasticamente a prática de coletar e vender dados de localização dos celulares de pessoas em Massachusetts.
  • Além disso, o projeto quer instituir a necessidade de um mandado para acessar os dados de localização, proibindo empresas que os coletam de divulgá-los sem autorização judicial.
  • A proposta pretende aumentar a proteção da privacidade dos residentes do estado.

Dados de localização

Os dados de localização são coletados quando o usuário de um dispositivo móvel autoriza esse recurso. No entanto, empresas do setor de tecnologia e dados os vendem para outras instituições.

Essas informações não incluem o nome ou número de telefone. Normalmente, eles são retirados a partir de aplicativos que usam a localização ativa e entende-se que uma pessoa mora em determinado lugar pelo endereço em que ela passa a noite.

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Esses dados podem ter diversas utilidades, desde um levantamento de áreas mais populosas no estado até locais em que um aplicativo está sendo mais usado.

Imagem da bandeira dos Estados Unidos
Se aprovar o projeto de lei, Massachusetts será o primeiro estados dos EUA a ter uma legislação proibitiva quanto aos dados de localização (Crédito: Graeme Dawes/Shutterstock)

Projeto de lei

  • Por lá, o projeto de lei tem sido apoiado por ativistas democratas e rejeitado por uma associação comercial que representa a indústria de tecnologia.
  • O argumento contrário é que Massachusetts seria o único estado a fazê-lo, ficando fora de sintonia com os outros.
  • O advogado dessa associação, Andrew Kingman, ainda alega que a definição de venda é ampla e propõe que os usuários que tenham seus dados coletados possam “cancelar a venda”.
  • Já os que são a favor mencionam a maior proteção dos dados dos usuários. Como exemplo, um grupo que pede o direito ao aborto disse que a decisão de criminalizar o procedimento em outro estado americano usou dados de localização não autorizados para rastrear as pessoas que estiveram em clínicas.
  • Para eles, a aprovação da medida também seria uma forma de proteger os cidadãos de perseguição digital.
  • O PL também dificultaria outras ações de rastreamento invasivas. Uma reportagem do Wall Street Journal já mostrou como o Departamento de Segurança Interna dos EUA comprou dados de milhões de telefones para monitorar o movimento de imigração na fronteira do país.
iPhone. Imagem: Shutterstock
Dados de localização podem ser extraídos de diferentes aplicativos no dispositivo móvel (Foto: Reprodução)

Projetos de privacidade em outros estados

Se aprovar o projeto de lei, Massachusetts será o primeiro estado dos Estados Unidos a ir nessa direção.

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Dez estados já promulgaram leis em prol da privacidade dos usuários e outros estão discutindo a viabilidade de iniciar essa discussão, mas nenhum chegou a proibir a venda de dados de localização. A abordagem mais comum no país é a de exigir consentimento claro dos consumidores para coletar essas informações.

Com informações de Wall Street Journal

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