A possibilidade de encontrar vida fora da Terra é algo que mexe com o imaginário das pessoas. Agora, uma descoberta de pesquisadores da Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos, sugere que há uma chance muito maior do que se pensava anteriormente de que exoplanetas abriguem água líquida, ingrediente essencial para a vida na Terra.

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O que os pesquisadores descobriram?

  • O estudo foi publicado na revista Nature e será apresentado na conferência de geoquímica de Goldschmidt, em Lyon, na França.
  • “Sabemos que a presença de água líquida é essencial para a vida. Nosso trabalho mostra que essa água pode ser encontrada em lugares que não tínhamos considerado muito. Isso aumenta significativamente as chances de encontrar ambientes onde a vida poderia, em teoria, se desenvolver”, afirmou o líder da pesquisa e cientista da Universidade Rutgers, Lujendra Ojha.
  • Os pesquisadores descobriram que mesmo exoplanetas com superfícies congeladas poderiam ter oceanos subterrâneos de água líquida.
  • “Antes de começarmos a considerar essa água subsuperficial, estimava-se que cerca de um planeta rochoso [em] cada 100 estrelas teria água líquida. O novo modelo mostra que, se as condições forem adequadas, isso pode se aproximar de um planeta por estrela. Então, temos 100 vezes mais chances de encontrar água líquida do que pensávamos”, observou Ojha.
  • Como há cerca de 100 bilhões de estrelas na Via Láctea, a pesquisa indica que “isso representa chances muito boas para a origem da vida em outros lugares do universo”.
Anãs vermelhas podem ser importantes para descoberta de vida fora da Terra (Imagem: Nasa)

Calor da radioatividade

  • Os pesquisadores analisaram planetas encontrados ao redor do tipo mais comum de estrelas em nossa galáxia, as anãs vermelhas, que são menores e mais frias que o Sol.
  • Elas também são as estrelas em torno das quais a maioria dos mundos rochosos semelhantes à Terra foram encontrados.
  • Primeiro, a equipe voltou ao passado da Terra.
  • Segundo os cientistas, a água líquida superficial congelou completamente no nosso planeta alguns bilhões de anos atrás. No entanto, foi preservada pelo aquecimento na forma de radioatividade das profundezas da Terra.
  • “O calor da radioatividade nas profundezas da Terra pode aquecer a água o suficiente para mantê-la líquida. Ainda hoje, vemos isso acontecendo em lugares como a Antártida e o Ártico, onde, apesar da temperatura gelada, há grandes lagos subterrâneos de água líquida, sustentados pelo calor gerado pela radioatividade”.
  • A partir disso, o estudo encontrou evidências que sugerem que o aquecimento via radioatividade também pode estar acontecendo em diversos pontos do espaço, como nas proximidades do polo sul de Marte.

A influência gravitacional

  • Outra forma de aquecimento que poderia ajudar a manter a água líquida abaixo de uma camada planetária congelada é resultado da influência gravitacional de um corpo maior, o que faz com que o interior de um planeta aparentemente congelado gire infinitamente.
  • Os cientistas lembram que esse fenômeno em comum em alguns exoplanetas.
  • “Algumas das luas que você encontra no sistema solar, por exemplo, têm água líquida subterrânea substancial, embora suas superfícies estejam completamente congeladas. Isso ocorre porque seu interior é continuamente agitado pelos efeitos gravitacionais dos grandes planetas que orbitam, como Saturno e Júpiter. Isso é semelhante ao efeito da nossa lua nas marés, mas muito mais forte”, apontou Ojha.
Lua de Júpiter pode conter água líquida, ingrediente fundamental para existência de vida (Imagem: Nasa)

Missão em Júpiter

  • A Nasa planeja lançar um missão para explorar Júpiter, um estudo que pode confirmar o que os pesquisadores da Universidade de Rutgers apontaram.
  • A sonda Europa Clipper está programada para ser lançada em 2024 e deve chegar ao planeta seis anos depois.

Com informações de Space.com.

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