Uma equipe de arqueólogos encontrou no Brasil pingentes feitos de ossos de preguiça gigantes, que datam do último máximo glacial, cerca de 25 mil anos atrás. As peças polidas e esculpidas indicam que os humanos chegaram na América do Sul muito antes do que se pensava.

As evidências foram encontradas no Sítio Arqueológico Santa Elina, no Mato Grosso, local conhecido por suas vastas pinturas rupestres. Em um das cavernas da região foram encontrados restos de um preguiça gigante junto com milhares de osteodermos, pequenos ossos que formam uma camada protetora, semelhante a uma armadura, em torno de alguns animais.

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Ossos de preguiça gigante (Imagem: Pansani et al./PoTS Biological Sciences)

Pelos menos 3 desses osteodermos encontrados no local apresentam sinais de que foram modificados por seres humanos. Isso devido à aparência polida e perfurações perfeitas. Essas características fazem os pesquisadores acreditarem que os ossos eram provavelmente utilizados como ornamentos pessoas, como pingentes.

Esses artefatos foram encontrados cobertos por uma camada de terra da caverna que data de 25 a 27 mil anos atrás, sendo uma boa evidências de que os humanos e as extintas preguiças gigantes coexistiram na América do Sul. Os animais podiam chegar até 4 metros de comprimento e pesar cerca de 1500 quilos, tendo sido possivelmente caçados pelos grupos humanos.

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Chegada dos humanos na América do Sul

Até recentemente, as teorias mais aceitas eram de que os humanos haviam chegado na América do Sul por volta de 13 a 15 mil anos atrás, um único grupo conhecido como cultura Clóvis teria atravessado a Eurásia e chegado até aqui pelo Estreito de Bering. No entanto, nos últimos anos, uma série de descobertas tem feito com que essa data seja continuamente adiantada.

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O pingente de osso de preguiça gigante é a evidência mais concreta de que a jornada pelas Américas aconteceu muito antes do que se pensava.

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