Ao longo da pandemia de covid-19, a palavra “pseudociência” apareceu no debate público para se referir a todo tipo de negacionismo acerca da doença e da vacinação. Nesse cenário, redes sociais possibilitaram a propagação de desinformação, e pseudociências ganharam mais destaque.
Durante o período, não foi incomum ler e ouvir afirmações equivocadas sobre temas de grande complexidade. Desde então, a utilização constante do termo colocou dúvidas na cabeça de muitas pessoas.
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Afinal, o que é pseudociência?
A versão digital do dicionário Cambridge diz que pseudociência é “um sistema de pensamento ou uma teoria que não é formada de maneira científica”. O Dicio, glossário online de língua portuguesa contemporânea, define o termo como “um saber organizado que carece do rigor de uma ciência”.
A Union of International Associations (União das Associações Internacionais), instituto de pesquisa e documentação sem fins lucrativos, afirma que pseudociência “consiste em declarações, crenças ou práticas que alegam ser científicas e factuais, mas são incompatíveis com o método científico”.
Enquanto isso, o autor e pesquisador estadunidense Michael Shermer aponta que a conceituação da palavra é mais complexa do que parece.
“O problema da fronteira entre ciência e pseudociência é, de fato, notoriamente repleto de discordâncias de definição, porque as categorias são muito amplas e difusas nas bordas, e o termo ‘pseudociência’ está sujeito a abuso de adjetivação contra qualquer afirmação que alguém desgoste por algum motivo”, conta o escritor em texto para a revista Scientific American.
De acordo com o pesquisador, a demarcação entre ciência e pseudociência pode ser feita “menos pelo o que a ciência é e mais pelo que os cientistas fazem”. Segundo ele, a ciência é “um conjunto de métodos destinados a testar hipóteses e construir teorias.”
“Se uma comunidade de cientistas adota ativamente uma nova ideia, e se essa ideia se espalha pelo campo e é incorporada à pesquisa que produz conhecimento útil, refletido em apresentações, publicações e, especialmente, novas linhas de investigação e pesquisa, as chances são de que seja ciência”, pontua Shermer.
Segundo o autor, “esse critério de demarcação de utilidade tem a vantagem de ser de baixo para cima em vez de cima para baixo, igualitário em vez de elitista, não discriminatório em vez de prejudicial.”
Com informações da Scientific American.
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