Cheiro de carro novo pode fazer mal à saúde; entenda

Estudo identificou que foram liberadas pelos plásticos do carro concentrações de formaldeído e acetaldeído acima do limite recomendado
Alessandro Di Lorenzo17/07/2023 15h48
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Imagem: rivermo74/Shutterstock
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Pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e do Instituto de Tecnologia de Beijing, na China, encontraram indícios de que compostos voláteis, que possuem carbono na composição e estão presentes dentro de veículos, podem colocar em risco a saúde dos motoristas. Segundo o estudo, divulgado na revista Science, eles são responsáveis pelo famoso “cheiro de carro novo” e podem, inclusive, causar câncer.

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Concentração de gases e temperatura

  • Durante o estudo, pesquisadores observaram por 12 dias um carro novo sob condições ambientais variadas.
  • Eles descobriram que foram liberadas pelos plásticos do veículo concentrações de 20 gases comuns.
  • Os níveis de formaldeído e acetaldeído, por exemplo, excederam o limite recomendado: 34,9% e 60,5% acima da dose padrão, respectivamente.
  • As substâncias são identificadas como carcinógenos de classe I e II pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC).
  • De acordo com a pesquisa, a temperatura dentro dos veículos é importante no cenário.
  • Por isso, ela deve se situar entre 23°C e 28°C.

Não há motivo para pânico, dizem os especialistas

  • Em 2021, outro estudo também observou que substâncias químicas responsáveis pela fragrância de um carro novo continham componentes com potencial cancerígeno.
  • Mas destacou que os riscos dependem da quantidade de partículas no ar que estão relacionados a idade do veículo, material interno de sua estrutura e temperatura ambiente.
  • Especialistas defendem que não é preciso abandonar os veículos.
  • Isso porque a probabilidade dos produtos serem, de fato, cancerígenos dependem de quanto deles uma pessoa inala.
  • Os plásticos presentes na cabine dos carros vêm de materiais poliméricos formados por monômeros, pequenas moléculas, que se ligam.
  • Para que esse processo aconteça, são necessários um iniciador, solvente ou catalizador.
  • Isso faz com que o polímero contenha restos de monômeros que não foram polimerizados (reação em que as moléculas se combinam) e podem ser voláteis.
  • Ou seja, que podem abandonar o material.
  • Quando essas moléculas chegam aos receptores do nosso nariz, sentimos o cheiro.
  • Esses aromas são avaliados no momento da fabricação dos veículos pelas montadoras.
  • Além do teste de odor, que verifica se ele é incômodo ou não, são medidas as emissões totais de carbono, formaldeído e fogging.

Com informações de UOL.

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Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.