Há 54 anos o homem pisava pela primeira vez na Lua. O momento considerado o mais importante da exploração espacial abria portas para um futuro onde a Lua poderia ser uma extensão da Terra. Apesar de termos voltado presencialmente ao satélite cinco vezes depois disso, todas com o programa Apollo, desde 1972 estamos longe da Lua.

A boa notícia é que podemos voltar lá em breve. O programa Artemis segue a todo vapor e em 2025 ou 2016, se tudo sair como o esperado, a NASA deve mandar astronautas para o solo lunar. Mas por qual motivo estamos há tanto tempo fora de lá?

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Por que não voltamos à Lua?

Mesmo não tendo levado mais astronautas ao nosso satélite natural, diversos equipamentos já foram mandados para explorar o local sem a necessidade da presença humana. Então, embora não tenhamos, de fato, pisado novamente na Lua, a tecnologia em missões espaciais evoluiu – e muito.

Os computadores atuais são infinitamente mais poderosos do que os que foram usados na Apollo 11, missão que levou seres humanos para a Lua pela primeira vez. Os equipamentos da espaçonave tinham pouco mais de 4 MB de memória RAM para leitura de dados e uma capacidade de processamento que, atualmente, vemos em laptops para crianças. No entanto, apesar da gigantesca evolução no ramo computacional, ir à Lua continua sendo uma viagem extremamente cara.

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Esse é um dos principais motivos de não termos voltado para lá: os custos. 

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Primeiro, é preciso analisar o contexto do projeto Apollo, no auge da corrida espacial, quando os EUA precisavam provar sua superioridade em relação à então União Soviética, que saiu na frente com o Sputnik (o primeiro satélite em órbita) e Yuri Gagarin (primeiro homem a ir ao espaço).

Com isso, para os norte-americanos, chegar à Lua não era apenas uma experiência científica, mas, principalmente, uma forma de superar seu principal rival naquele momento. Ou seja, pôr os pés em solo lunar era uma questão de honra para os EUA, o que deu à missão um caráter militar – mesmo sendo um investimento financeiro extremamente alto.

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Em 1972, com o fim do programa Apollo, o país já havia conquistado seu objetivo, e, para os soviéticos, também não valia mais a pena investir tanto nessa empreitada após a derrota para os rivais americanos. 

Assim, outros investimentos espaciais importantes foram feitos, como sondas, telescópios e satélites, e o retorno humano à Lua foi ficando de escanteio, sendo mais barato e menos arriscado enviar missões não tripuladas em vez de colocar astronautas em risco.

Armstrong, Collins e Aldrin, astronautas da Apollo 11 (Imagem: NASA)

Por que estamos voltando à Lua agora?

O Programa Artemis foi pensado depois de um momento de baixa para as missões tripuladas da NASA. No governo de Barack Obama, o programa Constellation, iniciado na era George W. Bush, foi encerrado, bem como os ônibus espaciais foram aposentados, devido, principalmente, aos atrasos e ao alto custo do projeto.

Após a aposentadoria do programa dos ônibus espaciais, o congresso dos EUA aprovou que a NASA desenvolvesse um novo foguete para transportar a cápsula Orion (projetada inicialmente para o programa Constellation). Assim, foi concebido o SLS, e o programa Artemis começou a se estabelecer.

Até 2025, é estimado que o programa Artemis vai ter custado US$93 bilhões aos cofres públicos americanos, o que gerou polêmicas e causou atrasos nos planos. Mas, por enquanto, o congresso segue mantendo o financiamento do projeto.

O principal motivo é que as missões da era Apollo não exploraram de maneira profunda o nosso satélite natural, ainda restando diversas áreas pouco analisadas, como os polos, que devem ser o foco inicial das missões Artemis. Outra razão é que, desta vez, diferentemente de 50 anos atrás, o objetivo é consolidar uma “segunda morada” para a espécie humana, com uma base fixa de exploração do espaço profundo. 

Cápsula Orion
Artemis 1: cápsula Orion quebra recorde de voo da Apollo 13 (Imagem: NASA)

Isso significa estabelecer uma presença humana sustentável na Lua e ao redor dela, desenvolvendo a infraestrutura que nos permitirá avançar ainda mais no Sistema Solar. Se tudo correr como o planejado, essa instalação que se pretende assentar em solo lunar fará da Lua um verdadeiro trampolim para outros ambientes celestes. E o primeiro alvo é Marte.

A ideia é ousada e envolve também a construção de uma estação espacial na órbita lunar, a Gateway, que vai permitir retornos muito mais simples à Lua. No programa Apollo, a cada nova missão tudo precisava ser feito do zero, o que impactava significativamente os custos. 

Vamos acompanhar tudo o que virá a acontecer nos próximos anos com o programa Artemis, que vai nos levar muito mais longe do que jamais estivemos antes e trazer muito mais conhecimento sobre a imensidão do nosso Sistema Solar.

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