Nos últimos meses, o Twitter (ou X, como preferir) tem sido alvo de diversas polêmicas, que vão desde a moderação do conteúdo publicado até a forma como tem restringido recursos aos usuários e mudado o logo. Dessa vez, a rede social está sendo criticada por ter reestabelecido uma conta que postou imagens de abuso sexual.

Segundo o usuário, a intenção era alertar quanto à exploração, não promovê-la. De qualquer forma, o Twitter tem políticas rígidas quanto ao conteúdo que pode se publicado, mas não parece estar cumprindo suas próprias regras.

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O que aconteceu

  • O Twitter havia suspendido a conta de Dominick McGee, um usuário de direita popular entre os adeptos da rede QAnon, que publica teorias da conspiração infundadas, inclusive sobre exploração infantil.
  • Ele havia publicado imagens de crianças sendo torturadas, retiradas de um vídeo de um abusador e estuprador condenado.
  • Desde que Elon Musk comprou a rede social, em outubro do ano passado, vem reestabelecendo as contas dessa comunidade — e trouxe de volta o perfil de McGee.
  • No entanto, ao permitir que o usuário voltasse ao Twitter, a plataforma passou a ser criticada. De um lado, alguns criticavam a rede por trazer de volta alguém que postava conteúdos abusivos.
  • Do outro lado, mais de 500 mil seguidores de McGee reclamaram que a plataforma havia o banido por suas mensagens políticas de direita.
  • Musk teve que esclarecer que o motivo da suspensão foi a publicação da imagem, que, mesmo escurecida, mostrava cenas de abuso infantil real.
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Twitter está sendo criticados por apoiadores e críticos da ação de suspensão (Imagem: Sattalat Phukkum/Shutterstock)

Posicionamento do Twitter

  • Elon Musk afirmou que apenas a equipe de moderação de conteúdo do Twitter viu a imagem publicada por Dominick McGee, e por isso decidiram excluir e reestabelecer a conta.
  • Mas, na verdade, a mídia em questão teve mais de três milhões de visualizações e mais de oito mil retweets. segundo estatística da rede social.
  • Questionados pelo Washington Post, nem Musk nem o Twitter responderam a pedidos de comentários sobre o caso.
  • Um especialista do Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas, organização sem fins lucrativos licenciada pelo Congresso dos EUA, defende que, independentemente da forma com que o Twitter classificou a situação para optar pelo reestabelecimento da conta, a imagem publicada se qualificava como material ilegal de abuso sexual infantil (ou CSAM).

Resposta do usuários

McGee se defendeu alegando que a publicação, na verdade, tinha o intuito de alertar para casos de abuso infantil. Ao ser questionado se havia se arrependido da postagem, ele afirmou que acredita ter sido suspenso por falar abertamente sobre o ex-presidente Barack Obama.

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X Twitter
Twitter está sendo alvo de diversas polêmicas e críticas na última semana (Imagem: Shaheerrr / Shutterstock)

Regras do Twitter

A política de “tolerância zero” do Twitter foi atualizada pela última vez em 2020 e afirma que “visualizar, compartilhar ou vincular a material de exploração sexual infantil contribui para a revitimização das crianças retratadas” e é uma das “violações mais graves” da rede social.

Como resposta, a política determina que o usuário seja suspenso “imediata e permanentemente” — o que não aconteceu com McGee e gerou a polêmica em primeiro lugar.

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Segundo Elon Musk, impedir que imagens CSAM sejam espalhadas é uma de suas maiores prioridades na plataforma. No entanto, o executivo cortou equipes de moderação de conteúdo e, segundo uma publicação do Stanford Cyber ​​Policy Center, a rede social parecia estar deixando passar conteúdos desse tipo, como se não as tivessem moderando em primeiro lugar.

Com informações de Washington Post

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