Covid-19: sintomas mais graves estão ligados à desigualdade social

Pesquisadores apontam que a parcela da população que lida com questões étnico-raciais foram expostas aos sintomas mais graves da doença
Por Alisson Santos, editado por Rodrigo Mozelli 28/07/2023 05h40
covid
(Imagem: Nhemz / Shutterstock.com)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Ao longo da pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), questões de saúde, faixa etária e nível de exposição (como profissionais da área hospitalar) foram constantemente associados a maior risco de contaminação.

Por outro lado, uma nova pesquisa apontou que a população mais vulnerável à desigualdade social esteve em maior risco de desenvolver sintomas graves da doença.

Leia mais:

O que estamos vendo com a Covid é que, para populações que já sofriam com altos níveis de desigualdade social, a Covid-19 provavelmente está exacerbando esses problemas subjacentes, provavelmente colocando as pessoas em risco de desenvolver novos problemas.

Brandy Henry, professor assistente de educação na Penn State (EUA)

“Existem muitos fatores complicados e interligados. Como podemos garantir que nossas populações mais vulneráveis ​​não sejam deixadas para trás à medida que avançamos para este mundo pós-Covid, onde as pessoas estão reduzindo as precauções universais?”, afirma Henry.

Resultado da pesquisa

  • Publicado na Preventive Medicine, esse estudo examina, via estudos anteriores, como a raça/etnia e o uso de substâncias estão independentemente associados aos resultados de Covid-19;
  • A análise apontou que os grupos mais afetados por questões raciais e de marginalização, assim como a parcela que faz uso de substâncias ilícitas, sofreram maior exposição aos sintomas mais graves causados pelo vírus;
  • Com dados entre março de 2020 e fevereiro de 2021, os pesquisadores analisaram registros de 116.471 pacientes adultos que buscaram por tratamento para a doença em cinco sistemas de saúde na cidade de Nova York.

Como resultado, o estudo revelou que os pacientes negros não hispânicos, hispânicos/latinos e asiáticos/das ilhas do Pacífico apresentaram sintomas mais graves que os pacientes brancos não hispânicos.

“História de OUD (transtornos devidos ao uso de opiáceos) e overdose de drogas foram os fatores de risco mais fortes para mortalidade”, disse Henry. “Não detectamos diferenças significativas no risco de mortalidade entre os grupos de raça/etnia entre os pacientes com OUD e/ou overdose anterior. Portanto, esses pacientes podem constituir populações uniformemente de alto risco.”

Com informações de Medical Xpress

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!

Alisson Santos
Redator(a)

Alisson Santos é estudante de jornalismo pelo Centro Universitário das Américas (FAM). Atualmente é redator em Hard News no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.