O governo dos Estados Unidos está sendo pressionado a restringir ainda mais as regras de exportação de chips semicondutores para a China. O pedido, feito por legisladores americanos, ocorre após o lobby da indústria que pede para que as normas não sejam alteradas e em meio ao cenário da chamada guerra dos chips, que faz parte da disputa hegemônica entre Washington e Pequim.
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Pressão política
- O deputado republicano Mike Gallagher, presidente do comitê da Câmara dos Representantes sobre a China, e o democrata Raja Krishnamoorthi, membro do grupo, enviaram uma carta à secretária de Comércio, Gina Raimondo.
- Eles cobram que o governo fortaleça ainda mais um amplo conjunto de regras de controle de exportação implementadas em outubro do ano passado que cortaram o acesso de Pequim aos principais chips de inteligência artificial fabricados por empresas dos EUA, como Nvidia e Intel.
- As normas atuais impõem dois limites nas vendas para o território chinês: um sobre a velocidade com que os chips podem conversar entre si e o segundo sobre as velocidades de processamento dos semicondutores.
- O objetivo da Casa Branca é impedir o avanço da China na área da inteligência artificial.
Empresas encontram brechas nas regras
- Após o anúncio das restrições, no entanto, a Nvidia criou chips especiais com velocidades de interconexão mais baixas.
- A Intel também anunciou o desenvolvimento de produtos que se adequam ao novo regramento imposto pelo governo dos Estados Unidos.
- O problema é que alguns especialistas afirmam que esses produtos ainda possuem velocidades de processamento altas o suficiente para serem úteis na criação de sistemas de IA pela China.
Discussão abarca questões políticas e econômicas
- De um lado, as restrições têm se mostrado pouco efetivas e cresce a pressão para que a Casa Branca endureça ainda mais as regras para vencer a batalha tecnológica contra os chineses.
- Do outro, empresas como a própria Nvida afirmam que o aumento das restrições prejudicaria as vendas e resultaria em uma perda permanente de oportunidades para a indústria dos EUA”.
- Executivos-chefes da empresa e também da Intel e Qualcomm viajaram a Washington na semana passada para se reunir com funcionários do governo para discutir a questão.
- No mesmo dia, a Associação da Indústria de Semicondutores dos EUA pediu ao presidente Joe Biden que permita que “a indústria tenha acesso contínuo ao mercado da China, o maior mercado comercial do mundo para semicondutores de commodities”.
- Por outro lado, a pressão política cobra a Casa Branca aumentar a rigidez da política para “evitar uma engenharia inteligente que contorne os regulamentos”.
- Os legisladores ainda exigem que o governo americano corte totalmente o acesso das empresas chinesas a chips de computação avançados na nuvem, produzidos por gigantes como Amazon, Microsoft e Alphabet, dona do Google.
- “Pedimos que fortaleçam ainda mais as regras de 7 de outubro de 2022 para que a tecnologia avançada dos EUA e a experiência relacionada à computação avançada e semicondutores não sejam usadas contra os Estados Unidos”, escreveram Gallagher e Krishnamoorthi.
Com informações de Reuters.
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