Com as altas temperaturas registradas, o mês de julho pode se tornar o mais quente da história. Recentemente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o mundo passou da fase de aquecimento global e agora está na fase da ebulição global.
A era do aquecimento global acabou, agora é o momento da era da ebulição global. A mudança climática está aqui. É assustador. E isso é só o começo.
António Guterres, secretário-geral da ONU.
A Organização Meteorologia Mundial (OMM), anunciou na semana passada que julho caminha para se tornar o mais quente da história. Isso porque nas três primeiras semanas, o mês teve os dias mais quentes registrados por cientistas.
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Com os desastres naturais associados ao aumento das temperaturas, estudos indicam perdas globais de centenas de trilhões até 2070.
Evacuação de cidades, incêndios florestais e mortes.
- Na Grécia, os incêndios florestais fizeram mais de 20 mil turistas se deslocarem;
- Os incêndios florestais na Argélia causaram a morte de pelo menos 34 pessoas;
- Na Sicília, canos subterrâneos derreteram por causa do calor do asfalto;
- Nos Estados Unidos, rodovias se partiram ao meio, causando ferimentos graves em algumas pessoas;
- As altas temperaturas também são responsáveis por escassez de água em algumas regiões e aumento de internações hospitalares relacionadas ao calor, conforme relata a Reuters.
Gastos trilionários com mudanças climáticas
Estudos mostram como as mudanças climáticas, e consequentemente, desastres naturais trazem custos trilionários globalmente.
- De acordo com o “Atlas da Mortalidade e de Perdas Econômicas Causadas por Fenômenos Climáticos e Hídricos Extremos”, foram mais de 11 mil desastres naturais associados ao clima entre 1970 e 2019, gerando custos de aproximadamente US$3,64 trilhões (R$17,22 trilhões, na cotação atual);
- Uma pesquisa divulgada pela Deloitte estima que as mudanças climáticas podem gerar US$178 trilhões (R$ 841 trilhões, na cotação atual) em perdas globalmente entre 2021 e 2070.
O impacto do homem nas mudanças climáticas
De acordo com o estudo da World Weather Attribution, sem a mudança climática produzida pelo homem, os eventos registrados durante julho teriam sido “extremamente raros”.
As temperaturas na Europa e na América do Norte teriam sido praticamente impossíveis sem os efeitos das mudanças climáticas.
Izidine Pinto, do Instituto Meteorológico Real da Holanda, uma das autoras do estudo.
A estimativa do World Weather Attribution, mostra que o aumento das concentrações de gases de efeito estufa (causadas por humanos), tornou a onda de calor europeia 2,5 °C mais quente. Da mesma forma, o aumento de calor na América do Norte foi de 2°C e na China em 1°C.
Com informações de Folha de São Paulo e Reuters (1 e 2).
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