Greve dos atores: acordos viabilizam algumas produções

Sindicato fez um acordo provisório para que projetos independentes continuem trabalhando na greve, o que preocupou membros
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi 31/07/2023 17h24
Estrela com Hollywood escrito e roteiristas com placas de protesto ao fundo
Imagem: Allstar
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Menos de um mês depois de se juntarem aos roteiristas na greve de Hollywood e decretar a paralisação dos trabalhos, o Sindicato dos Atores (SAG-AFTRA) está fazendo acordos provisórios para dar continuidade a algumas produções, o que tem feito os envolvidos questionarem a lógica da negociação. Os projetos liberados para continuar foram produções independentes.

Em comunicado, o SAG-AFTRA esclareceu que esses acordos são provisórios e fazem parte dos planos para ajudar os membros do sindicato a sobreviverem em uma greve que não tem data para acabar.

Leia mais:

Acordos provisórios para projetos independentes

  • Os questionamentos vieram logo após o Sindicato dos Atores proibir que os integrantes participassem das filmagens, produção ou qualquer parte da divulgação cinematográfica.
  • Diante disso, o SAG-AFTRA publicou uma declaração em seu site explicando as motivações da concessão, que incluem viabilizar projetos de baixo orçamento saírem do papel, uma vez que pausá-los poderia impedir sua execução.
  • Segundo a organização, o acordo em questão vale para mais de 100 projetos independentes que não estão associados à Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), associação comercial que representa os grandes estúdios de Hollywood.
  • Assim, eles não têm relação direta com os estúdios que greve vem questionando e não entram em desacordo com o propósito da manifestação.
  • Ainda, o SAG-AFTRA ressaltou que os acordos provisórios não são “renúncias”, mas sim contratos que aderem aos mesmos termos que a organização impõe aos estúdios.
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Sindicato dos atores se uniu ao dos roteiristas em greve (Imagem: Jack Quillin / Shutterstock.com)

Controvérsias na greve dos atores

Algumas produções entram em controvérsia, como é o caso de G20, da diretora Patricia Riggen. Apesar de ser um dos que entrou no acordo para continuar a ser produzido mesmo durante a greve, o filme será distribuído pelo Prime Video.

Assim, as concessões feitas pelo Sindicato preocupam os membros, que temem que a greve se estenda mais ainda por causa dessas permissões.

No comunicado, o SAG-AFTRA reconhece essa preocupação, mas negou acreditar que a medida prolongue a paralisação.

Alguns sugeriram que o Acordo Provisório pode prolongar a greve, mas discordamos. Acreditamos que a alavancagem criada pelo aumento da pressão competitiva sobre o AMPTP e pela negação do que eles mais desejam os forçará a voltar à mesa e ajudará a encerrar essa greve.

Sindicatos dos Atores

Com informações de The Verge

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Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.