Calor extremo está matando corais e ameaçando vida marinha

Na Flórida, cientistas estão retirando espécies de corais do oceano e levando para laboratórios na tentativa de manter os organismos vivos
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 01/08/2023 11h54
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Imagem: Wonderful Nature/Shutterstock
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O mês de julho de 2023 já é considerado o mais quente desde o início das medições de temperaturas na Terra. A onda de calor tem provocado mortes e incêndio florestais no Hemisfério Norte, além de aquecer as águas dos oceanos acima do normal. Esse aumento das temperaturas afeta a vida marinha, especialmente os recifes de corais, que podem morrer em função do calor excessivo.

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Trabalho de resgate

  • No arquipélago Florida Keys, no sul da Flórida, nos Estados Unidos, cientistas estão tentando resgatar diversas espécies de corais e encaminhar elas para laboratórios da região.
  • A ideia é preservar esses organismos em tanques com água salgada e temperatura adequada, na tentativa de manter os corais vivos.
  • O coordenador de tecnologia da ONG Coral Restoration Foundation, Alex Neufeld, explica que os corais sobrevivem entre temperaturas de 21 e 28,8°C.
  • Se a água ultrapassa esse limite, os seres vivos expulsam as algas, chamadas de zooxantelas, que vivem em seus tecidos e que servem como fonte de alimentação, energia e coloração.
  • Quando isso acontece, os corais perdem a coloração e ficam brancos, correndo risco de morte.
  • No estreito da Flórida, as temperaturas já ultrapassaram os 32ºC, chegando ao recorde de 38,38 ºC na baía Manatee.
  • “Corremos o risco de ver mortes em massa de peixes, tartarugas marinhas” e outras espécies”, destaca Neufeld.
  • A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica destacou que essa é uma medida temporária, “para reabilitação e segurança”.
  • “Nosso trabalho prático de restauração agora é tudo o que está entre esses animais e sua extinção”, afirma Jessica Levy, diretora de estratégia de restauração da Coral Restoration Foundation.
Corais estão sendo levados para laboratórios (Imagem: Administração Nacional Oceânica e Atmosférica)

Calor deve durar por mais alguns meses

  • A última vez que houve um grande branqueamento dos corais na região foi em 2014 e 2015.
  • Na oportunidade, o fenômeno também foi causado pelo aumento das temperaturas.
  • Mas dessa vez, os níveis estão mais altos e devem durar por um tempo maior.
  • A previsão de especialistas é que o calor extremo possa continuar até setembro ou outubro no Atlântico Norte, o que traria grandes impactos à vida marinha.

Importância dos recifes de corais

  • O recife de corais da Flórida é um dos maiores do mundo e se estende por quase 600 quilômetros das Ilhas Dry Tortugas, 110 quilômetros a oeste de Keys, até St. Lucie Inlet, a quase 200 quilômetros ao norte de Miami.
  • A estrutura é de extrema importância para o meio ambiente.
  • Além de servir como habitat para inúmeros animais marinhos, ela desempenha um papel fundamental como uma das principais barreiras de proteção contra furacões e ressacas.

Com informações de The Verge.

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Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.